Estudos sobre mutismo seletivo são raros, e no Brasil é notável a escassez de pesquisas, artigos e publicações sobre o tema, portanto pode-se concluir que o Brasil ainda não dispõe de profissionais especializados para o diagnostico precoce e tratamento deste transtorno que se caracteriza pela recusa da criança em falar em determinados locais, principalmente na escola, e na presença de pessoas estranhas, embora se comunique e fale normalmente em casa, com pessoas de seu núcleo familiar.
No Brasil, vale salientar o estudo efetuado por Ana Cláudia de Azevedo Peixoto, intitulado “Mutismo Seletivo: prevalência, características associadas e tratamento cognitivo-comportamental.” (Rio de Janeiro, 2006)
A literatura, pesquisas e estudos mais avançados estão disponíveis nos USA, Canadá, Alemanha e França.
As fontes pesquisadas para este texto, além do trabalho citado acima, foram:
- http://selectivemutismfoundation.org/
- http://www.asha.org/public/speech/disorders/SelectiveMutism.htm
- http://www.selectivemutism.org/
- http://en.wikipedia.org/wiki/Selective_Mutism
- http://neurology.health-cares.net/mutism.php
- http://www.anxietynetwork.com/spsm.html
- http://selectivemutismcenter.org/
O que é mutismo seletivo?
Mutismo seletivo é um transtorno raro (atinge 0,7% das crianças), encontrado geralmente em crianças (também pode ser encontrado em adultos), caracterizado por uma falha persistente em manter contato verbal em diversas situações.
Tendo sido o mutismo seletivo considerado um transtorno que oferece muita resistência ao tratamento, cujos sintomas tendem a persistir e se tomam menos respondentes com o tempo (FORD, SLADECZEK, CARLSON, & KRATOCHWlLL, 1998), é de vital importância à participação de professores e educadores.
Normalmente, é o professor que constata a dificuldade, no início do período escolar, sendo comum os pais buscarem auxílio psicológico (quando alertados pelo professor) quando essas crianças entram na escola, pois, antes dessa fase, o problema da recusa em falar não é tão facilmente detectável.
Até que o mutismo seletivo seja corretamente diagnosticado, se reconhecido, normalmente a criança já viveu pelo menos dois anos nos quais a não verbalização se tomou um modo de vida. O comportamento fica crescentemente difícil de mudar por causa do lapso de tempo sem intervenção.
Segue alguns pontos comuns à maioria dos mutistas seletivos:
1. Estas crianças entendem o idioma falado e têm a habilidade para falar normalmente,
2. Em casos típicos, eles falam com os pais e selecionam outras pessoas com as quais irão manter contato verbal,
3. Às vezes, eles não falam com certos indivíduos do circulo familiar,
4. A maioria não pode falar na escola, e em outras situações longe do convívio familiar,
5. A maioria aprende, sem maiores problemas, aquilo que é adequado para sua idade escolar,
6. Muitos participam de atividades não verbais, especialmente em locais onde tem dificuldade em verbalizar,
7. O comportamento retraído não é geralmente óbvio até que a criança comece freqüentar a escola,
8. Estas crianças podem responder, ou fazer suas necessidades conhecidas, acenando com a cabeça, apontando, ou permanecendo imóveis até que alguém "adivinhe" o que eles querem,
9. A maioria destas crianças expressa um grande desejo para falar em todas as situações, mas é incapaz devido à ansiedade, medo, timidez e embaraço,
10. Às vezes, a criança é vista como tímida e é suposto que a timidez é temporária e será superada.
Causas do mutismo seletivo:
A causa não foi estabelecida.
Recentes estudos sugerem a possibilidade de uma influência ou vulnerabilidade genética para o mutismo seletivo.
A maioria das famílias que contataram a Selective Mutism Foundation (http://www.selectivemutismfoundation.org) descrevem os membros da família como tendo previamente ou atualmente experimentado/sentido sintomas como timidez extrema, ansiedade social, ou outras desordens de ansiedade previamente ou atualmente.
Atualmente, mutismo seletivo parece estar relacionado à ansiedade severa, timidez e ansiedade social, podendo ser associado a uma variedade de coisas, mas a causa exata ainda é desconhecida.
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