quinta-feira, 7 de julho de 2016

Blogdalouse- O QUE É UM TRANSPLANTE RENAL

 O QUE É UM TRANSPLANTE RENAL

É um tratamento para pessoas com insuficiência renal crónica, que consiste na realização de uma cirurgia na qual um rim saudável de um doador é colocado na pessoa (recetor) com insuficiência renal crónica. O transplante é um tratamento, não é  uma cura!
A transplantação renal é, na maior parte das vezes, aplicada em doentes que já se encontram em programa de diálise, embora seja possível efetuá-la antes de iniciar tratamento dialítico.
 As grandes vantagens que a transplantação renal apresenta em relação às técnicas dialíticas resultam de o rim transplantado  ser um órgão vivo que possui todas as funções que lhe são próprias. Para além de, por meios naturais, regular o metabolismo de diversas substâncias (água, sódio, potássio, etc.) e de eliminar outras que são tóxicas, também produz hormonas que regulam funções muito importantes, designadamente, entre outras, as que promovem a formação dos glóbulos vermelhos do sangue e as que regulam regeneração dos ossos. Por isso, e por permitir que o doente se liberte de algumas das restrições impostas pela diálise, a transplantação renal é a modalidade terapêutica que faculta uma melhor qualidade de vida e uma maior esperança de vida.


QUEM PODE RECEBER UM TRANSPLANTE DE RIM?

Nem todos os doentes renais são candidatos aptos para transplante renal. Existem certas condições clínicas que não permitem a realização de um transplante. A equipa de cuidados de saúde avaliará o seu estado clínico para transplante.(Todos as pessoas em diálise são avaliados pelos médicos nefrologistas que informam sobre a possibilidade de integrar ou não a lista de transplante.)

O tempo de espera para um transplante varia. Não existem dadores renais cadáveres suficientes para todas as pessoas que necessitam de um transplante renal, por isso podem ficar em lista de espera, durante algum tempo.
Antes do transplante, são realizados testes especiais ao sangue para determinar a compatibilidade do rim. Mesmo que tenha um parente que lhe deseje doar um rim, o rim pode não ser compatível. Apesar da hipótese ser baixa. É possível  haver rejeição de um rim compatível.


QUEM PODE SER DADOR

Existem dois tipos de dadores:
Dador vivo – deve ser maior de idade, manifestar espontaneamente sua vontade de doar, ter compatibilidade sanguínea e imunológica com o recetor, ter boas condições de saúde.
Dador Cadáver – pessoa em morte cerebral, sem graves doenças transmissíveis, com compatibilidade com o recetor, desde que não esteja inscrito no RENNDA.
Atualmente, as taxas de sucesso são elevadas. Como muitos doentes não têm um dador vivo compatível, a maioria de candidatos a transplante é inscrita na lista de espera nacional, para um rim de dador cadáver.

O QUE SE DEVE FAZER PARA SER TRANSPLANTADO?

Todos os doentes interessados no transplante deve inscrever-se num Centro de Transplante Renal, podendo o faze-lo simultaneamente em mais de um Centro (Os Centros de Histocompatibilidade do Norte, do Centro e do Sul estão integrados nas Administrações Regionais de Saúde, IP do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo, respectivamente. Articulam-se funcionalmente a nível nacional, mantendo, para o efeito, a designação comum de Lusotransplante). Implica marcar uma consulta de pré-transplante renal, e depois seguir os procedimentos indicados pelo Serviço responsável pela consulta, que podem variar de Centro para Centro. Os doentes são avaliadas quanto ao seu estado geral de saúde, quanto à situação dos seus rins, bexiga, coração, fígado e capacidade de suportar cirurgia. Nas consultas de pré-transplante,será explicado as vantagens e desvantagens do transplante e das suas possíveis complicações, a seguir o doente renal dá o seu consentimento por escrito para ser transplantado. Depois irá tirar sangue ao Centro de Histocompatibilidade da Região, se tudo estiver bem, entra na chamada Lista Ativa para Transplante Renal, e pode ser chamada para transplante a qualquer altura. Em média os doentes em lista ativa  para transplante renal são transplantados em  3-5 anos. 

Centro de Histocompatibilidade do Norte 
Rua Dr. Roberto Frias - Pav. "Maria Fernanda"
4200-465 PORTO
Telefone: 225573470
Fax: 225501101
E-mailadminist@chn.pt  
Centro de Histocompatibilidade do Centro 
Praceta Prof. Mota Pinto, Edif. S. Jerónimo, 4.º piso
Apartado 9041
3001-301 COIMBRA
Telefone: 239480700
Fax: 239480790
E-mailgeral@histocentro.min-saude.pt
URL: http://www.histocentro.min-saude.pt
Centro de Histocompatibilidade do Sul 
Alameda das Linhas de Torres, n.º 117
1769-001 LISBOA
Telefone: 217504100
Fax: 217504101
E-maillusotransplante@chsul.pt
URL: http://www.chsul.pt/

 

SABIA QUE....O rim

A escolha do par dador-recepto para tranplantação renal a partir de orgãos de dadores cadáver é feita por processo informático, seguindo um algoritmo legal definido. 
Este é um processo que decorre da referenciação de um dador cadáver que é feita pelos gabinetes de coordenação (ASST). Tem então início um processo em que o dador é estudado para a detecção de marcadores virais e nas suas características imunogenéticas (tipagem HLA, do inglês Human leukocyte antigens). São estas características que uma vez introduzidas no sistema informático vão seleccionar o melhor receptor, tendo ainda em conta outros parâmetros como o tempo em lista de espera, a idade ou a urgência médica, todos eles legalmente estabelecidos.
O computador fornece então a lista dos possíveis receptores para os rins daquele dador cadáver e os técnicos de urgência vão descongelar os soros de cada possível receptor, guardados na nossa Seroteca. Estes soros servem para fazer uma prova cruzada com as células do dador, a fim de excluírem anticorpos que possam causar uma rejeição imediata do enxerto. Uma vez feita a prova cruzada são então comunicados à Unidade de Transplantação onde o doente está inscrito todos os resultados e esta comunica com o doente para que a transplantação possa ocorrer.
Para além da informatização garantir em si mesma a transparência a este processo, todos os passos analíticos e processuais ficam registados.


 A doença renal crónica é uma patologia progressiva, com elevada taxa de mortalidade, que ameaça tornar-se num grave problema de saúde pública com implicações sérias no Serviço Nacional de Saúde.


O número de dadores de órgãos é ainda muito menor do que a necessidade. Ainda que Portugal seja dos países europeus com maior taxa de doação de órgãos, este número continua a ser insuficiente para as solicitações necessárias. O processo de doação de órgãos suscita muitas dúvidas que devem ser esclarecidas. doaremvida



RISCOS E COMPLICAÇÕES RELACIONADOS COM A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA


É habitual que, durante e após a intervenção cirúrgica, se coloque um tubo de drenagem junto à ferida operatória e uma algália que se mantêm durante vários dias.
A emissão de urina é imediata em algumas ocasiões mas, em outras, pode demorar vários dias, o que implicará realizar uma ou mais sessões de diálise pós-operatórias.
Por vezes, apesar de uma seleção e técnica cirúrgica adequadas, surgem diversas complicações. Algumas delas são comuns a qualquer intervenção e outras são específicas do procedimento de transplantação renal:
  • Para a intervenção é imprescindível colocar um tubo na traqueia através da garganta. Como consequência, pode ocorrer disfonia (alterações da voz), inflamação das zonas em que se coloca o referido tubo, fratura de alguma peça dentária, etc. Muito raramente, podem vir a ocorrer dificuldades respiratórias ou ser necessária uma ulterior intervenção cirúrgica para corrigir lesões nesta zona.
  • Durante a intervenção ou imediatamente após podem ocorrer alterações da pressão arterial, do ritmo ou do funcionamento cardíaco que necessitem de imediato tratamento.
  • Durante a transplantação, pode ser necessário efetuar algum tipo de transfusão (glóbulos vermelhos, plaquetas, plasma). Estes componentes do sangue provêm de doadores saudáveis que não recebem compensação alguma pela doação. Cada amostra é exaustivamente estudada para detetar a eventual presença dos agentes infeciosos das hepatites B e C, da sífilis e do VIH. Muito raramente, e apesar desses sistemáticos cuidados, há a diminuta possibilidade de os dadores serem “falsos negativos”, isto é, a pesquisa ser negativa apesar da pessoa ser portadora de um daqueles microrganismos. Portanto, não existe a garantia absoluta de que o sangue e os seus componentes não lhe transmitirão aquelas doenças infeciosas, bem como, hipoteticamente, outras hoje ainda não conhecidas. Outro risco da transfusão é a ocorrência de reações alérgicas que, na grande maioria dos casos, são leves (febre, tremores…), mas que, excecionalmente, podem ser graves.
  • Pode ser impossível concluir com êxito a implantação do rim por impossibilidade técnica.
  • Podem ocorrer reações alérgicas a medicamentos.
  • Complicações da ferida operatória como infeções, hérnias, etc., algumas das quais podem requerer nova intervenção cirúrgica.
  • Complicações devidas à abertura da cavidade abdominal, como paralisação temporária do trânsito intestinal, infeções, perfuração intestinal, etc., que, embora raramente, podem vir a colocar a necessidade de recorrer a nova intervenção cirúrgica para a sua correção.
  • Complicações nas artérias e nas veias intervencionadas que podem implicar atuações especiais para a sua correção. Estas complicações podem afetar, em grau variável, o funcionamento do transplante: a trombose da artéria ou da veia do rim pode levar à sua perda definitiva; a trombose das veias ilíacas ou do membro inferior torna necessários cuidados especiais para limitar os seus ricos.
  • Coleções de líquido ao redor do rim que podem necessitar drenagem.
  • Infeções pulmonares, urinárias ou de outras localizações que podem ser provocadas por diversos microrganismos e cuja gravidade é, em geral, maior do que em outro tipo de doentes, dada a necessidade de instituir tratamentos que diminuem as defesas naturais do organismo e que se destinam a reduzir o risco de rejeição do rim transplantado.

PÓS-TRANSPLANTE

Independentemente da origem do rim que receber, o procedimento cirúrgico é o mesmo. Na colocação do novo rim, não será necessário retirar os outros. A cirurgia é considerada de risco na qual o rim é colocado na região abdominal direita ou esquerda. Tem uma duração em média 4 horas, é realizada no Bloco Operatório sob anestesia geral.
Ao fim de algumas horas, começará a urinar e para isso irá permanecer uma sonda vesical durante alguns dias. Em raras circunstancias, pode mesmo não chegar a funcionar. Poderá precisar de alguma diálise  enquanto espera que o rim transplantado comece a funcionar corretamente.

As primeiras horas são as mais importantes na evolução do rim. Para a prevenção de complicações será necessária a administração de medicamentos específicos ( medicação anti-rejeição) para prevenir que o seu organismo rejeite o novo rim, por vezes, nem estes medicamentos conseguem evitar a rejeição. Estes medicamentos podem ter efeitos  adversos indesejáveis – os mais comum são a fragilização do sistema imunitário ( menor capacidade de combater infeções, aumento de peso, hipertensão, aumento do colesterol. Apesar de comuns, existem alguns doentes, que apresentam pouco ou nenhuns destes problemas.
No entanto, será acompanhado por uma equipa de profissionais que o ajudarão a esclarecer todas as suas questões e dúvidas.
O período de hospitalização é de uma ou duas semanas. Após a alta, terá que voltar regularmente à unidade de transplante para consultas de acompanhamento é de uma ou duas semanas.


Dr. Fernando Macário; O Transplante - permite melhor qualidade de vida

AS POSSIVEIS COMPLICAÇÕES

A transplantação renal acarreta outros riscos e complicações que não estão relacionados com o ato cirúrgico nem com a anestesia, mas que são inerentes à colocação dentro do seu organismo de um órgão que lhe é estranho. As principais complicações que podem ocorrer no transplante renal são:
  • A Infeção - O transplante é um processo complexo, que envolve procedimentos e a administração de medicamentos específicos. Tudo isto leva a que fique mais sensível ao aparecimento de infeções. Estas podem ser graves e prejudicar a função do novo rim. A adoção de medidas simples e as orientações da equipa, poderão a ajudar a prevenir o seu aparecimento.
  • A Rejeição - A colocação do rim é um processo complexo de cirurgia, embora raro, poderá acontecer que o organismo não aceite esse órgão, rejeitando-o. Rejeição Aguda é a causa mais frequente de perda do enxerto no período inicial do transplante, enquanto que, a longo prazo, é a nefropatia crónica do enxerto (rejeição crónica). A rejeição pode ocorrer durante ou imediatamente após a transplantação, nas primeiras semanas ou ao longo de toda a evolução e pode ser de intensidade variável, embora o mais frequente é que ocorra nos primeiros 6 meses. Para efetuar o diagnóstico de rejeição é necessário biopsar, uma ou várias vezes, o transplante. A realização da biópsia pode dar lugar a complicações como: hematomas, hematúria (eliminação de sangue na urina), obstrução do rim pela formação de coágulos nas vias urinárias e, em casos extremos, rutura renal. Apesar do tratamento desta complicação, o rim pode não melhorar levando à perda de função e à necessidade de regressar à diálise. Em algumas circunstâncias, é necessário remover o rim transplantado. Atualmente, devido aos avanços da medicina, existem medicamentos que travam a rejeição. É fundamental que nunca deixe de tomar a sua medicação, prescrita pelo seu médico nefrologista. Se a rejeição do Rim ocorre, o doente volta à Diálise e pode inscrever-se novamente para um novo transplante.

É importante que conheça o nome dos medicamentos que irão fazer parte da sua vida! Para que o seu rim funcione sem complicações.

  • Doenças Cardiacas e Vasculares - É frequente a hipertensão arterial e o aumento das gorduras no sangue (colesterol), ( triglicerídeos) após o transplante renal.
  • Tumores - A probabilidade de surgir uma neoplasia maligna (cancro) após a transplantação renal é superior à da população em geral. O risco de tumores na pele, aumenta após o transplante. Deverá ter cuidado com a exposição solar , não esquecer sempre de usar protetores solares.
  • Obesidade - Após o transplante renal o apetite aumenta, o que em alguns casos conduz em aumento de peso corporal  e obesidade.

Estas complicações podem, na sua maioria, ser tratadas, mas algumas podem pôr em perigo a sua vida e/ou a função do transplante. É muito importante que, para prevenir e combater as complicações anteriormente referidas, siga adequadamente as indicações que lhe forem sendo transmitidas. Deve cumprir estritamente a medicação que lhe for indicada, pois disso dependerá, em grande medida, o seu futuro e o do transplante.


CONSELHOS NO PÓS-TRANSPLANTE

RECOMENDAÇÕES GERAIS

  • no início do transplante é importante a restrição do numero de visitas de familiares e amigos;
  • manter-se afastado de pessoas portadoras de alguma infeção;
  • usar mascara nos primeiros dias de acordo com o ensino da Unidade de Transplante;
  • conservar a casa limpa e arejada;
  • lavar as mãos frequentemente;
  • seguir a dieta prescrita;
  • registar o valor dos sinais vitais e peso diariamente, comunicar se houver alterações;
  • fazer um controle dos líquidos ingeridos e urina eliminada;
  • realizar exercício físico (caminhada e bicicleta de preferência), sem excessos;
  • usar protetor solar ao sair de casa;
  • nunca suspender medicação imunosupressora;
  •  nunca fazer automedicação;
  • qualquer sinal ou sintoma deve comunicar com o médico.

É AINDA IMPORTANTE SABER QUE

  • Cartão de identificação – onde deve constar a sua condição de transplantado, a medicação que toma e os números de telefone da Unidade que pode contactar caso necessite;
  • Calendário de vacinação - deve ter o calendário atualizado, no entanto, antes de tomar uma vacina deve contactar o médico;
  • Actividade sexual – o retorno à vida sexual activa pode ser feito a partir das seis a oito semanas pós transplante, evitando posições que provoquem dor e deve adotar um método anticoncecional já que não são aconselhadas gestações no primeiro ano de transplante;
  • Fumar, álcool ou outras drogas – são hábitos que prejudicam a saúde sendo totalmente desaconselhados no pós-transplante.

SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA

SINTOMAS DE REJEIÇÃO

  • febre acima de 38º C;
  • inchaço;
  • diminuição do volume de urina;
  • tensão arterial alta;
  • dor no local do enxerto;
  • dor no corpo e nas articulações.

SINTOMAS DE INFEÇÃO

  • febre acima de 38º C;
  • secreção, dor, calor e inchaço no local do enxerto;
  • urina turva;
  • dor para urinar;
  • placas brancas na língua;
  • falta de ar;
  • cansaço extremo.

NA PRESENÇA DE ALGUNS DESTES SINTOMAS CONTACTE A UNIDADE DE TRANSPLANTE

www.portaldadialise.com/portal/hemodialise

Blogdalouse- Diálise peritonial

O QUE É DIÁLISE PERITONEAL


A diálise peritoneal não requer equipamento tecnicamente avançado. O dialisante é introduzido na cavidade peritoneal através de um cateter colocado na parte inferior do abdômen. Uma membrana fina, chamada peritoneu, reveste as paredes da cavidade peritoneal e cobre todos os órgãos nela contidos. Na diálise peritoneal, o peritoneu atua como membrana de diálise. A cavidade peritoneal pode frequentemente reter mais de 3 litros, mas na prática clínica é mais usual utilizar 1,5-2 litros de dialisante. 


Uma das opções de tratamento disponíveis no tratamento da Insuficiência Renal Crónica Terminal. É uma técnica fisiológica que utiliza a membrana peritoneal (membrana que envolve os órgãos abdominais), atua como um filtro do sangue, removendo excesso de água e toxinas do corpo.  É uma técnica também denominada "auto-diálise", porque é realizada por si ou por um familiar próximo.

A osmose é definida como a passagem da água através de uma membrana de uma área onde a sua concentração é mais alta para outra onde a sua concentração é mais baixa. Na diálise peritoneal utilizamos a osmose através da adição de glucose, que é uma grande molécula, ao líquido da DP. A grande molécula de glucose arrasta a água do lado do sangue para o lado do líquido da DP, tentando diluir a elevada concentração de glucose e chegar ao equilíbrio. Mudando o líquido da DP após 4-6 horas haverá uma maior ou menor remoção de líquido do sangue durante todo o dia. A concentração de glucose no líquido da DP determina a quantidade de líquido que será removida. Os produtos residuais, como a ureia e a creatinina, são removidos por difusão. Os produtos residuais movem-se da área de elevada concentração da corrente sanguínea para uma área de baixa concentração do líquido de DP, na cavidade abdominal. Uma vez obtido o equilíbrio, o dialisado residual é drenado, sendo instilado novo dialisante. Este processo é contínuo e imita a acção do rim. Proporciona ao doente uma diálise contínua sem os altos e baixos do tratamento de HD, que é normalmente intermitente.
O conteúdo do dialisante da DP pode ser dividido em electrólitos, solução tampão e agentes osmóticos, estando disponíveis muitas composições diferentes. O electrólito mais abundante no líquido de DP é o sódio, cuja concentração normal é 132 mmol/l. A concentração de cálcio varia com frequência, dependendo de aspectos como o doente estar a tomar quelantes de cálcio com teor em fosfato. Normalmente situa-se entre 1,25 e 1,7mmol/l. O líquido de DP também contém magnésio e cloreto mas, ao contrário do líquido de diálise, o líquido padrão da DP não contém potássio. A solução tampão utilizada no líquido de DP é normalmente o lactato, embora em certas situações seja utilizado bicarbonato. O lactato é metabolizado em bicarbonato pelo organismo.
O principal agente osmótico é a glucose. Como a taxa de osmose está relacionada com a concentração osmótica do líquido de DP, a taxa de ultrafiltração pode ser controlada escolhendo uma concentração de glucose apropriada. Os níveis de glucose normais do líquido de DP situam-se entre 1,4 e 4,5%.


Informe sempre o seu médico de clínica geral, dentista, e médicos especialistas que está a fazer diálise


OPÇÕES NA DIÁLISE PERITONEAL

A diálise peritoneal, quer na sua variante DPCA quer na de DPA, é uma técnica eficaz, bem tolerada e simples de efetuar. A enorme maioria das pessoas tem facilidade em aprender a executá-la. Ao fim de poucos dias de aprendizagem, o doente e um seu eventual parceiro encontram-se em condições de, autonomamente, efetuá-la no domicílio.

  • DPCA - Diálise Peritoneal Continua Ambulatória
  • DPA - Diálise Peritoneal Automática


DIÁLISE PERITONEAL
Baxter

DPCA - DIÁLISE PERITONEAL CONTINUA AMBULATÓRIA (MANUAL)

A solução de Diálise Peritoneal é infundida na cavidade peritoneal através do cateter, a solução permanece na cavidade peritoneal, durante algumas horas (de 4 a 6), chamando-se a este período tempo de permanência. Após  o tempo de permanência a solução utilizada é drenada e substituída por uma solução nova. Este procedimento é conhecido por troca e repete-se 3 a 5 vezes por dia, realizada durante o dia.

CICLADORA BAXTER

DPA - DIÁLISE PERITONEAL AUTOMÁTICA

A substituição da solução de diálise é efetuada automaticamente por uma máquina portátil (cicladora) durante a noite, por um período de 8 a 12 horas.

Para realizar a Diálise Peritoneal é necessário um acesso - Cateter Peritoneal. A colocação do catéter é efetuada por uma técnica simples, habitualmente sob anestesia local.

Ambos os tratamentos são realizados em casa. A escolha entre um deles  depende das suas preferências estilo de vida e condições clínicas. A técnica aprende-se com facilidade.

  

ACESSO DE DIÁLISE PERITONEAL

A solução de diálise peritoneal entra e sai da cavidade peritoneal através de um cateter (pequeno tubo). O catéter é um tubo flexível e aproximadamente do tamanho de uma palhinha. O catéter é colocado na parte inferior do seu abdómen, num pequeno procedimento cirúrgico com anestesia. Uma vez introduzido, pode permanecer no local enquanto necessário (todo o período em que está a fazer diálise peritoneal como opção de tratamento). O catéter é retirado  quando surgem complicações como infeções, não funcionar, ou quando o tratamento de diálise peritoneal é interrompido (quando realiza um transplante renal ou passa para hemodiálise).
Diálise Peritoneal - Catéter Peritoneal

A colocação do catéter peritoneal é realizada no bloco operatório por um Cirurgião. Poderá ser em regime de ambulatório ou de internamento, dependendo da sua situação clínica.


DIÁLISE PERITONEAL ASPETOS A CONSIDERAR

A Diálise Peritoneal (DP) é um tratamento contínuo realizado sete dias por semana, é um tratamento suave,  a água e os produtos tóxicos em excesso são removidos do organismo lentamente e de forma contínua, está opção é mais fisiológica. O doente pode fazer as suas atividades habituais, entre a as trocas.
  • são necessárias consultas regulares de acompanhamento;
  • não precisa de se deslocar repetidamente casa - clínica - casa;
  • fácil de fazer mesmo em férias;
  • pode fazer este tratamento enquanto dorme (no caso de fazer DPA);
  • são necessárias várias sessões de treino para aprender a lidar com equipamento (fácil de aprender);
  • é necessário espaço físico para armazenamento em casa;
  • risco de infeção;
  • cateter permanente externo;
  • risco de aumento de peso;
  • limita a vida noturna (no caso de fazer DPA).

O DOENTE AO REALIZAR A DIÁLISE PERITONEAL EM CASA, É RESPONSAVEL POR

  • seguir a prescrição do tratamento e as recomendações de dieta;
  • controlar  o peso e tensão arterial;
  • vigiar o orifício do cateter;
  • manter limpo e bem arejado o local das trocas;
  • não são recomendados banhos de banheira e piscinas.

DIÁLISE PERITONEAL - POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES

Embora muitas pessoas se submetam à diálise peritoneal durante anos sem problemas, por vezes podem surgir complicações. Como em qualquer tratamento, podem surgir efeitos secundários ou complicações, a maioria das vezes resultantes de fatores individuais.
Os efeitos secundários mais frequentes são: enfartamento, obstipação (“prisão de ventre”), dor escapular (nos ombros), dor abdominal com a entrada ou a saída do líquido e a formação de hérnias. Os primeiros são, geralmente, ligeiros, bem tolerados e transitórios. Por vezes, será necessário recorrer a medicação para o seu alívio. Raramente, pela sua intensidade ou pela sua persistência, implicarão medidas mais enérgicas – reposicionamento do catéter ou, até, suspender o tratamento por diálise peritoneal e transitar para hemodiálise. Quanto às hérnias que possam surgir são, quando tal estiver indicado, corrigidas cirurgicamente.
As complicações menos frequentes, mas mais graves, são as iinfeções a do orifício de inserção do catéter e a peritonite (infeção do peritoneu).

A INFEÇÃO NA DIÁLISE PERITONEAL

Diálise Peritoneal é um tratamento para a Insuficiência Renal Crónica Terminal. A par com outros tratamento, requer cuidados especiais e não está isenta de complicações. A infeções são atualmente fonte de preocupação, carecendo de medidas especificas  de modo a prevenir o seu aparecimento. A lavagem efeciente das mãos, o uso de máscara e a correta realização da tecnica são fundamentais para reduzir o número de infeções indesejadas.


Lavagem das Mãos... utilização da mascara Muito Importante

 

O QUE É A PERITONITE?

A peritonite é uma infeção do peritoneu (membrana que faz a diálise), causada pela presença de bactérias. A sua presença, torna o líquido turvo.

SINAIS E SINTOMAS DE PERITONITE

Febre, Dor abdominal, Líquido turvo, Náuseas e vomitos.


No caso de aparecimento de algum destes sinais ou sintomas deve contatar o seu enfemeiro/a ou médico responsavel pelo o seu tratamento.


DIÁLISE PERITONEAL: QUAIS OS SINAIS DE UMA INFEÇÃO NO ORIFÍCIO

SAIBA IDENTIFICAR O SEU ORIFÍCIO


Com o auxilio de um espelho, verique todos os dias o estado do seu orifício e compare:

Classificação do Orifício externo do cateter peritoneal

 COMO PREVENIR O SEU APARECIMENTO

  • Organize a sua vida diária incluindo os horários do seu tratamento. Realize-o com calma:
  • Mantenha a sua casa limpa e arejada. O local do seu tratamento deve conter o mínimo de material, apenas o indispensável;
  • Os animais são portadores de múltiplas bactérias. Mantenha-os longe do local de tratamento;
  • No dia a dia do seu trabalho, lembre-se que deve realizar o seu tratamento, com roupa limpa;
  • Cumpra com todas as orientações fornecidas pela equipa de diálise peritoneal durante o início da diálise.


DIÁLISE PERITONEAL E AS FÉRIAS

Os doentes em Diálise Peritoneal podem viajar, para isso é necessário, com antecedência, informar o seu médico (nefrologista) e enfermeiro/a, com alguma antecedência. Este tempo é necessário para a programação e verificação da possibilidade das respetivas entregas de material no local de férias.


Se fizer alteração na sua viagem, deverá informar a sua unidade diálise peritoneal, para discutir as mudanças necessárias para os seus planos. 

 Quadro comparativo das modalidades terapêuticas da Doença Renal Crónica



Jean Louis Clemendot
Ele espera ser uma inspiração para os 1.700.000 pacientes em diálise em todo o mundo e mostrar que  pode continuar a viver a vida ao máximo, apesar de doença renal.

Blogdalouse- Hemociálise

O QUE É HEMODIÁLISE?


Quando os rins deixam de funcionar, a hemodiálise surge como uma opção de tratamento que permite remover as toxinas e o excesso de água do seu organismo. Nesta técnica depurativa, uma membrana artificial é o elemento principal de um dispositivo designado dialisador, comumente conhecido por “rim artificial”
 
O objetivo da diálise é substituir as funções excretoras dos rins

PARA O TRATAMENTO É NECESSÁRIO:


Monitor de hemodiálise – bombeia o sangue: O monitor de sangue transporta o sangue, com segurança, desde o doente para o dialisador (filtro) e deste para o doente. O monitor mistura e aquece o dialisante, fornece-o corretamente ao dialisador, mede e regula o líquido a remover ao doente através do dialisador durante a diálise. - Diaverum

Linhas de sangue próprias – transportam o sangue: O sangue entra no circuito que se encontra no monitor através da linha de sangue arterial. Chamamos-lhe linha «arterial», porque transporta o sangue do doente até ao dialisador. Imediatamente a seguir à bomba de sangue, podemos adicionar o anticoagulante, p.ex. heparina. Depois do dialisador, o sangue é devolvido ao doente através da linha de sangue venoso. Esta linha tem uma câmara venosa. À volta da câmara venosa encontra-se um dispositivo, o chamado detector de ar, que desempenha a função muito importante de detectar e proteger o doente de entrada de ar no sangue de retorno. São efectuadas diferentes medições de pressão para tornar o transporte do sangue seguro. Também se encontram “clampes”, que se destinam a fixar as linhas de sangue e a parar o funcionamento do circuito extracorporal em certas situações de alarme.
O sangue é retirado do doente através da bomba sanguínea arterial. A bomba move o sangue por meio da rotação de dois rolos. Uma rotação completa fornece um certo volume. Por isso, quanto maior for o número de rotações por minuto, maior é o caudal de sangue. O primeiro dispositivo através do qual o sangue passa, é um“clamp” mecânico o “clamp” da linha arterial. Antes de entrar na bomba, o sangue passa por um dispositivo conhecido por transdutor de pressão arterial. O objectivo deste dispositivo é monitorizar o fluxo de sangue proveniente do acesso arterial e detectar eventuais obstruções. Quando a bomba de sangue está em funcionamento, a pressão nessa parte do circuito é sempre negativa. A pressão negativa é causada pelo facto de o sangue ter de ser extraído ou «aspirado» do acesso. Se a pressão descer abaixo de –200 mmHg, é sinal da existência de um problema no fluxo proveniente do acesso arterial ou de uma obstrução na linha que vai do acesso arterial ao transdutor de pressão.
Para lá da bomba de sangue, a pressão no circuito é positiva à medida que o sangue é bombeado para o dialisador onde decorre o processo de diálise. A seguir à câmara venosa encontra-se o transdutor de pressãovenosa, que mede a pressão causada pela resistência do sangue de retorno desde a câmara venosa até ao acesso vascular. O valor da pressão venosa deve ser sempre positivo. Um valor negativo pode indicar que a linha está desligada ou que o transdutor está sujo. Quanto maior for a pressão, maior é a resistência ao fluxo sanguíneo proveniente do acesso. A pressão pode aumentar ou diminuir durante o tratamento, dependendo do que se está a passar no circuito.
A bomba de heparina é um componente integrado no monitor de sangue. Normalmente é necessário um anticoagulante a fim de permitir que o sangue sejatratado fora do organismo durante várias horas sem coagular. O anticoagulante deve ser adicionado com segurança e precisão, conforme prescrito. Na maior parte dos casos é administrado em infusão através da bomba de heparina. A heparina pode ser administrada em bólus, no início do tratamento, numa difusão constante ou em doses intermitentes durante o tratamento. Existem dois tipos de anticoagulantes habitualmente utilizados na IRCT: a heparina padrão e a heparina com baixo peso molecular (HBPM).
Em certos casos, é necessário efectuar o tratamento sem qualquer anticoagulante, normalmente porque o doente está em alto risco de hemorragia. É importante notar que, como os doentes em hemodiálise normalmente recebem algum tipo de anticoagulante, o risco de hemorragia nestes doentes é geralmente maior. Assim, se for administrada uma infusão e o doente tiver um acesso AV, a infusão é suspensa antes do final do tratamento, a fim de permitir que o tempo de coagulação esteja apenas ligeiramente elevado quando as agulhas são retiradas.
Em relação ao dialisante, podemos dizer que cerca de 90% é constituído por água e os restantes 10% por concentrados. Para um doente em diálise, a exposição semanal média à água ronda os 360 litros (500 ml/min x 240 min x 3 tratamentos por semana) e esta exposição ocorre de forma não natural. Durante a diálise, existe apenas uma membrana fina semipermeável a separar o sangue do doente do dialisante. Com o potencial de difusão de uma série de substâncias para o sangue do doente, o conteúdo e a qualidade do dialisante tornam-se extremamente importantes! - Diaverum

Dialisador (“rim artificial”) – filtra o sangue: As duas qualidades mais importantes de um dialisador são o desempenho e a compatibilidade. O desempenho é a eficácia com que o dialisador limpa o sangue e a compatibilidade diz-nos até que ponto consegue gerir bem o contacto sangue/matéria estranha. O que se pretende saber é se dialisador idealmente consegue limpar o sangue sem causar efeitos secundários adversas no doente. A membrana, o modelo do dialisador e todo o processo de fabrico, incluindo a esterilização, estão interrelacionados, conferindo ao dialisador o seu desempenho final.
A maioria dos dialisadores actualmente fabricados são de capilares, em que o sangue flui no interior das fibras e o dialisante no exterior. Normalmente, o sangue e o dialisante fluem em sentidos opostos. É o chamado fluxo contracorrente. Este fluxo oposto mantém os gradientes de concentração máximos ao longo da extensão do dialisador, o que aumenta a velocidade de difusão. O feixe de fibras é fixado e amarrado em ambas as extremidades ao invólucro, utilizando um tipo de cola ou material cerâmico, normalmente poliuretano.
A espessura da membrana é importante quando se considera a clearance de solutos, dado que quanto maior for a distância que o soluto tem de percorrer através do material da membrana, mais tempo demora a passagem. No entanto, as membranas mais espessas podem ser mais eficazes quando é necessária a clearance de solutos maiores, uma vez que os poros tendem a ser maiores e alguns também possuem uma melhor capacidade de adsorção.
As membranas mais finas tendem a ser classificadas como de baixo fluxo e as membranas mais espessas como de alto fluxo. O termo fluxo descreve a permeabilidade das membranas a líquidos. O fluxo é uma expressão da permeabilidade da membrana a líquidos e é indicado como o coeficiente de ultrafiltração – CUF. Este é expresso em mililitros de líquido transferidos através da membrana em relação à área, ao tempo e ao gradiente de pressão, normalmente como ml/h/mmHg (PTM)/m2. Quando o coeficiente de ultrafiltração é inferior a 10, a membrana é classificada como de baixo fluxo. Se o coeficiente de ultrafiltração for superior a 20, então é designada como de alto fluxo.
Para descrever as propriedades de remoção de solutos de um dialisador são frequentemente utilizadas certas substâncias, medindo-se a sua clearance com diferentes débitos de sangue (QB) e um débito de dialisante constante (QD). As diferentes substâncias podem ser: Ureia – com um peso molecular (PM) de 60 Daltons, que é um produto final do metabolismo das proteínas. Creatinina – (PM 113D) um produto da decomposição do metabolismo muscular. Trata-se de pequenas moléculas que se difundem facilmente pela membrana e, por isso, as suas clearances são elevadas. A remoção dos solutos pequenos depende em grande medida do fluxo e aumenta substancialmente com o aumento da QB. Fosfato – (PM 96 – 97 D) acumula-se nos doentes urémicos. O excesso tem de ser removido. É um soluto pequeno, mas comporta-se como um grande soluto, porque atrai a água, ligando-se às proteínas e formando grandes agregados que não passam facilmente pela membrana.
Vitamina B12 – (PM 1355) não é uma toxina urémica, mas é utilizada como marcador para os solutos moleculares médios. Para remover eficientemente solutos deste tamanho, é necessário utilizar uma membrana mais permeável. Preferencialmente, a capacidade destas membranas para remover solutos maiores deve ser optimizada e as membranas devem ser utilizadas em associação com terapêuticas de convecção. Podemos ver que o aumento do fluxo de sangue tem um efeito menor sobre a remoção dos solutos maiores.
Por outro lado, a β2 microglobulina não é eliminada através de uma membrana de baixo fluxo, pelo que a dragagem é zero. Com uma membrana de alto fluxo, a β2microglobulina é removida e a quantidade removida é determinada pela permeabilidade da membrana. A β2m é uma proteína que se acumula no organismo dos doentes urémicos. Esta acumulação pode acabar por causar amiloidose secundária, uma complicação que contribui para a dor articular, a deformidade e a imobilidade e pode exacerbar a doença óssea. - Diaverum

 

Acesso vascular - acesso ao sangue corporal: Um acesso vascular é um sistema criado ou implantado cirurgicamente, através do qual o sangue pode ser extraído do organismo com segurança, transportado no circuito extracorporal e devolvido ao corpo. O sucesso da hemodiálise depende muito da adequação do fluxo de sangue através do dialisador. Um acesso vascular disfuncional diminui a adequação da diálise, aumentando assim a morbilidade e a mortalidade dos doentes. Por isso, um acesso vascular funcional é crucial e tem de ser assegurado. - Diaverum


A sua qualidade de vida depende da qualidade e quantidade de diálise, que, por sua vez, depende do seu acesso vascular.

ACESSO VASCULAR PARA HEMODIÁLISE

A sua qualidade de vida depende da qualidade e quantidade de diálise, que, por sua vez, depende do seu acesso vascular. Para realizar hemodiálise é necessário criar um acesso vascular, que permita que o seu sangue chegue ao dialisador e retorne para o seu organismo.

Existem três tipos de acessos possíveis:
  • Fístula artério-ven​osa (FAV)
  • Prótese (PAV)
  • Catéter Venoso Central para hemodiálise (CVC)

FÍSTULA ARTÉRIO-VENOSA(FAV)

O melhor acesso vascular é a fístula  arterio-venosa (FAV). A construção de uma fístula arteriovenosa consiste na junção de uma artéria com uma veia, é realizada por um cirurgião no bloco operatório sob anestesia local. O sangue da artéria, que tem maior pressão, passa a circular para a veia, fazendo com que a parede desta vá dilatando e engrosse. Este processo de maturação demora, cerca de 6 a 8 semanas, após a qual a veia desenvolvida já permite ser canulizada com 2 agulhas próprias e proporciona a efetivação do tratamento hemodialítico.



Seguir





COMPLICAÇÕES COM FÍSTULA ARTERIO-VENOSA (FAV)

  • fluxo de sangue
  • estenose e trombose
  • isquemia da mão
  • edema de mão ou braço
  • aneurisma ou pseudoaneurisma
  • infecções

PRÓTESE (PAV)

Existe alguns casos em que não é possível construir uma fístula artério-venosa. Nestes casos o cirurgião coloca por baixo da pele um tubo sintético (Prótese) que vai ligar uma artéria a uma veia. Após a cicatrização que demora aproximadamente 2 a 4 semanas, a prótese está apta para ser utilizada e serão introduzidas, á semelhança da fístula arterio-venosa, 2 agulhas próprias  em cada tratamento.
Prótese (PAV)

"A SAÚDE DO SEU ACESSO É DETERMINANTE PARA O SEU TRATAMENTO"



CUIDADOS COM A FÍSTULA ARTERIO-VENOSA / PRÓTESE

Para proteger a sua fístula arteriovenosa ou prótese deve ter os seguintes cuidados em relação ao seu braço:
  • não usar roupa muito apertada;
  • não usar pulseiras ou relógios;
  • não carregar objetos muito pesados (máximo 5kg);
  • não realizar atividades que exijam muito esforço;
  • não permitir que seja colhido sangue ou avaliada a tensão arterial;
  • não permanecer deitado por longos períodos de tempo sobre o braço;
  • é normal sentir, em especial nas fístulas artériovenosas, para além do pulsar do sangue, uma sensação de tremor (frêmito), que é resultado do turbilhão de sangue que circula da artéria para a veia.

Deve contatar a Clínica de Hemodiálise
  • Se o seu acesso vascular (fístula ou prótese) estiver quente, vermelho, inchado, duro, com saída líquido ou sem frémito;
  • Se tiver febre;
  • Fistula ou prótese começar a sangrar e não conseguir parar o sangue (hemorragia).

CATÉTER VENOSO CENTRAL PARA HEMODIÁLISE

O cateter para hemodiálise, embora se tenha revelado, desde há 35 anos, um bom acesso de emergência que permite iniciar tratamento dialítico a muitos milhares de doentes, está sujeito a muitas complicações, designadamente a infeção. Por isso, deve ser encarado como um acesso de recurso e ser substituído, tão breve quanto possível, por uma FAV ou por uma prótese.
O cateter venoso central é um tubo sintético inserido na parte inferior do pescoço ou perna (zona da virilha). Uma das extremidades é inserida até á veia e a outra extremidade fica exteriorizada. A parte exteriorizada é constituída por dois ramos e as linhas de sangue conectam diretamente a estes não sendo necessário agulhas. Um ramo leva o sangue até ao dialisador e o outro permite que o sangue filtrado retorne ao seu organismo
Este cateter permanece sempre colocado mesmo entre os tratamentos e a extremidade que fica exteriorizada necessita de ser protegida por um penso adequado.
Normalmente este tipo de acesso é temporário, até que a sua fístula artério-venosa ou prótese esteja em condições de ser utilizada. Não é recomendado a sua utilização a longo prazo pelo risco de infeção.


Um cateter é sempre uma situação muito delicada, o que requer muitos cuidados tanto por parte dos profissionais de saúde como por si.

Catéter Venoso Central para hemodiálise


A infecção é a complicação que mais frequentemente leva a hospitalização. Pode ser identificada por muitos sintomas, incluindo: exsudado purulento no local de inserção, febre ou arrepios sem outras infecções. A incidência de infecção aumenta após 2 meses in situ. O cateter deve ser substituído/removido se ocorrer infecção.

CUIDADOS COM O CATÉTER VENOSO CENTRAL

Para reduzir o risco de infecção deve ter os seguintes cuidados em relação ao seu penso do cateter:
  • Não usar roupa muito apertada.
  • Evitar molhar o penso do cateter durante a sua higiene, protegendo-o com um plástico fixo com adesivo.
  • Nos cateteres localizados na perna, deve evitar atividades que impliquem dobrar com frequência as pernas (ex andar de bicicleta).
  • Observar com frequência o pensa para garantir que não está descolado ou sujo.
  • Se o penso estiver descolado ou com vestígios de sangue deve contactar o centro de diálise.
  • Evitar ambientes de risco (locais com muito pó, exposição direta ao sol, piscinas, saunas, etc).
  DURAÇÃO E EFICÁCIA DA DIÁLISE - Para que se consiga eliminar os produtos tóxicos é necessário um mínimo de horas. Todos os estudos confirmam que 12 horas por semana (4 horas, 3x semana) é o mínimo de tempo, independentemente do peso do doente e do que ele come ou bebe. Nos doentes muito pesados e que comem muito poderá ser necessário mais tempo de diálise.

 
Geralmente, a hemodiálise é efetuada num hospital ou numa unidade de diálise num horário fixado entre as 08.00 horas e a meia-noite. No entanto, algumas unidades facultam-lhe a possibilidade de efetuar o tratamento durante o período noturno. Existe, ainda, a possibilidade de efetuar hemodiálise no domicílio, embora esta modalidade se encontre pouco implementada no nosso país. É uma modalidade de diálise autônoma que permite maior liberdade de horário. Naturalmente, para que ela seja exequível, é indispensável que o estado geral do doente seja razoável, que as sessões terapêuticas decorram sem problemas e que o doente e um parceiro sejam submetidos a um programa de aprendizagem prévio.
A função da hemodiálise é, portanto, eliminar a água e o “lixo”que se acumula no intervalo entre as sessões. Não se destina apenas a tirar “peso”.


 

SINTOMAS INTRADIALÍTICOS

 
As complicações mais comuns durante a hemodiálise são, hipotensão (20-30% das diálises), cãibras (5-20%), náuseas e vômitos (5-15%), cefaleia (5%), dor torácica (2-5%), dor lombar (2-5%), prurido (5%) e febre e calafrios (< 1%).
Alguns são frequentes, embora pouco graves e fácil e rapidamente resolúveis, tais como: náuseas, vômitos, dor de cabeça, hipotensão arterial, cãibras, hematomas ou perdas de pequenas quantidades de sangue pelos locais de punção.

Outros, apesar de serem muito pouco frequentes, são mais graves: hipotensão arterial severa, alterações cardíacas como arritmias e angina de peito, embolia gasosa, acidentes cerebrovasculares e reações alérgicas de gravidade variável. Podem, excecionalmente, chegar a colocar em risco a sua vida. No entanto, por imposição legal, todas as unidades de diálise se encontram adequadamente apetrechadas para a sua resolução no imediato.

 
Os doentes em hemodiálise podem viajar. Para isso é necessário, com antecedência, informar o seu centro de diálise para agendar os tratamentos, durante esse período, num centro o mais próximo possível do seu local de férias.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES RELATIVAS AO TRATAMENTO DIALÍTICO

A diálise peritoneal e a hemodiálise são igualmente eficazes e não se excluem. Qualquer que seja a escolha, ela não será definitiva. Mantém-se aberta a possibilidade de mudar de modalidade de diálise se achar que a escolha não foi acertada ou se o nefrologista considerar que não se está a obter o resultado pretendido.
Se houver alguma dúvida sobre a doença ou sobre a escolha da modalidade de diálise, o nefrologista / enfermeiro/a prestará os esclarecimentos necessários.
Deverá, porém, ter em conta que, de acordo com a regulamentação aplicável, o Estado apenas assegura o pagamento dos transportes para a unidade mais próxima do seu domicílio. Se a distância for consideravelmente superior, caber-lhe-á suportar o diferencial.


 
Se tiver dúvidas ou precisar de esclarecer mais aprofundadamente este assunto fale com o seu Médico ou Enfermeiro/a.

blogdalouse- Problema Renal crônico

Insuficiência renal crônica

O que é Insuficiência renal crônica?

A insuficiência renal crônica, também chamada de doença renal crônica, é a perda lenta do funcionamento dos rins, cuja principal função é remover os resíduos e o excesso de água do organismo.

Causas

A insuficiência renal crônica ocorre quando uma doença ou outra condição de saúde prejudica a função renal, causando danos aos rins – que tendem a agravar-se ao longo de vários meses e até mesmo anos.
Doenças e condições que geralmente causam a doença renal crônica incluem:
A insuficiência renal crônica leva a um acúmulo de líquidos e resíduos no organismo. Essa doença afeta a maioria dos sistemas e funções do corpo, inclusive a produção de glóbulos vermelhos, o controle da pressão arterial, a quantidade de vitamina D e a saúde dos ossos.

atores de risco

Os fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver insuficiência renal crônica incluem:

 sintomas

Sintomas de Insuficiência renal crônica

A doença renal crônica piora lentamente com o tempo. Nos primeiros estágios, pode ser assintomática. A perda de função, geralmente, demora meses para ocorrer. Ela pode ser tão lenta que os sintomas não aparecem até que o funcionamento dos rins seja menor que um décimo do normal. Ou seja, quando a pessoa perceber, ela já costuma estar com o funcionamento dos rins completamente comprometido.
Os primeiros sintomas da insuficiência renal crônica, em geral, também ocorrem com frequência em outras doenças e podem ser os únicos sinais da insuficiência renal até que ela esteja em estágio avançado.
Os sintomas podem incluir:
Outros sintomas podem aparecer, principalmente quando o funcionamento dos rins piora, incluem:

 diagnóstico e exames

Buscando ajuda médica

Procure ajuda médica se você apresentar quaisquer sinais ou sintomas de insuficiência renal crônica.
Se você tiver uma condição médica que aumenta o risco de doença renal crônica, o médico deverá fazer monitoramento constante da pressão arterial e da função renal por meio de exames de sangue e de urina, que deverão ser feitos com regularidade, bem como as consultas, que devem obedecer a uma periodicidade.

Na consulta médica

Marque uma consulta com um nefrologista, que é o médico especialista em rins. No consultório, descreva todos os seus sintomas e procure esclarecer todas as suas dúvidas também. Responda adequadamente às perguntas que o médico poderá lhe fazer. Vejas exemplos:
  • Quando os sintomas começaram?
  • Seus sintomas são frequentes ou ocasionais?
  • Qual a intensidade de seus sintomas?
  • Você tomou alguma medida para aliviar os sintomas? Qual? Funcionou?

Diagnóstico de Insuficiência renal crônica

A hipertensão está quase sempre presente durante todos os estágios da doença renal. Um exame neurológico pode mostrar sinais de dano nervoso. O médico pode escutar, com a ajuda de um estetoscópio, ruídos anormais no coração ou nos pulmões.
O exame de urina pode, ainda, mostrar proteínas ou outras alterações. Essas alterações podem aparecer de seis meses a dez anos ou mais, antes do aparecimento dos sintomas.
Os exames que verificam o funcionamento dos rins abrangem:
  • Níveis de creatinina
  • BUN (nitrogênio ureico no sangue)
  • Depuração de creatinina
A insuficiência renal crônica altera os resultados de vários exames. Cada paciente necessita verificar os níveis de alguns sais e minerais presentes no sangue regularmente, com a frequência de dois a três meses aproximadamente, com a realização de um hemograma completo e de um exame para checagem decolesterol. Veja as substâncias cujos níveis essa doença costuma prejudicar:
  • Potássio
  • Sódio
  • Albumina
  • Fósforo
  • Cálcio
  • Magnésio
  • Eletrólitos
As possíveis causas da insuficiência renal crônica podem ser identificadas em:
  • Tomografia computadorizada abdominal
  • Ressonância magnética abdominal
  • Ultrassom abdominal
  • Ultrassom renal
O médico pode, ainda, retirar uma pequena amostra do tecido que reveste os rins para análise laboratorial. Esse teste pode ajudar, também, a identificar as possíveis causas da insuficiência renal crônica.

 tratamento e cuidados

Tratamento de Insuficiência renal crônica

Controlar a pressão arterial é a chave para atrasar a maior parte dos danos causados pela insuficiência renal crônica. O objetivo desta fase do tratamento é manter a pressão arterial abaixo de 130/80 mmHg.
Outros tratamentos podem incluir:
  • Medicamentos especiais usados para ajudar a impedir que os níveis de fósforo no sangue fiquem muito altos
  • Tratamento para anemia, com adição de ferro à dieta, uso de suplementos orais de ferro, injeções intravenosas para suprir a necessidade dessa substância na corrente sanguínea e transfusões de sangue
  • Suplementos de cálcio e de vitamina D
Alterações na rotina e nos hábitos diários e alimentares também devem ocorrer. Aliados ao tratamento médico, essas adaptações à atual condição são essenciais para garantir a qualidade de vida do paciente.

Hemodiálise

O momento para começar a diálise depende de diferentes fatores, como os resultados dos exames de laboratório, a gravidade dos sintomas e a disposição do paciente para as sessões.
O paciente deve começar a se preparar para a diálise antes que ela seja efetivamente necessária. A preparação envolve aprender sobre a diálise e os tipos existentes, além dos procedimentos que devem ser realizados antes das sessões
O transplante de rim surge como uma das últimas opções para um paciente de insuficiência renal crônica.

Medicamentos para Insuficiência renal crônica

Os medicamentos mais usados para o tratamento de insuficiência renal crônica são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

 convivendo (prognóstico)

Convivendo/ Prognóstico

Medidas caseiras devem ser tomadas em conjunto com o tratamento médico. Veja algumas dicas:
  • Não fume
  • Alimente-se de uma dieta com pouca gordura e colesterol
  • Faça exercícios leves e moderados regularmente
  • Tome medicamentos para reduzir o colesterol, se for necessário
  • Mantenha sua glicemia sob controle
Mudanças na dieta também deverão acontecer. Confira:
  • Limite a ingestão de líquidos
  • Seu médico poderá recomendar uma dieta com pouca quantidade de proteína
  • Pode ser necessário reduzir o sal, o potássio e outros eletrólitos também
  • É importante seguir uma dieta em que você possa obter calorias suficientes, principalmente se estiver perdendo peso

Complicações possíveis

Insuficiência renal crônica pode levar a complicações de saúde graves, como:

Expectativas

Muitas pessoas somente são diagnosticadas com insuficiência renal crônica quando já perderam grande parte da função dos rins.
Não há cura para a doença renal crônica. Quando não tratada, ela normalmente evolui para falência renal terminal, que pode levar à morte. O tratamento durante toda a vida pode ajudar controlar os sintomas da doença renal crônica.

 prevenção

Prevenção

Para reduzir o risco de insuficiência renal crônica, siga algumas medidas, como essas:
  • Beba álcool com moderação
  • Faça uso moderado de medicamentos vendidos sem necessidade de prescrição médica em farmácias. O ideal é sempre consultar um médico antes de tomar qualquer tipo de medicação
  • Mantenha um peso saudável e pratique exercícios físicos regularmente
  • Não fume
  • Gerencie suas condições médicas com a ajuda do médico. Se você tem doenças ou condições que aumentam o risco de doença renal, converse com um especialista sobre a melhor forma de controlá-los.

Tratamento de Insuficiência renal aguda

O tratamento provavelmente será focado naquilo que está causando a insuficiência renal, e por isso poderá variar. Por exemplo, o paciente pode precisar restaurar o fluxo de sangue para os rins, parar todos os medicamentos que estão causando o problema ou remover uma obstrução no trato urinário.
No entanto, existem algumas recomendações que são gerais para o tratamento da insuficiência renal aguda. Confira:
Mudanças na dieta
Deverá ser feita uma restrição alimentar e de líquidos. O objetivo é reduzir a acumulação de toxinas que são normalmente eliminados pelos rins. Uma dieta rica em carboidratos e pobre em proteínas, sal e potássio é geralmente recomendada.
Medicamentos
Antibióticos podem ser prescritos para tratar ou prevenir todas as infecções que podem estar causando ou agravando a insuficiência renal. Diuréticos podem ser usados para ajudar os rins a eliminar líquidos. Cálcio e insulina podem ser receitados para ajudar a evitar uma acumulação perigosa de potássio no sangue.
Diálise
Esse procedimento envolve o desvio de sangue para fora do seu corpo em uma máquina que filtra os resíduos. O sangue limpo é então devolvido ao seu corpo. Se os níveis de potássio são perigosamente altos, a diálise pode salvar vidas. A diálise pode ser necessária, mas não é sempre necessária. É usada se houver mudanças em seu estado mental ou se você parar de urinar. A diálise também pode ser necessária em casos de pericardite, uma inflamação do coração. A diálise também pode ajudar a eliminar resíduos de produtos de nitrogênio do corpo.
www.minhavida.com.br/saude/temas/insuficiencia-renal-cronica