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quinta-feira, 19 de abril de 2012
Blogdalouse: Estrutura e Formação das Palavras3
vadio - cambada, caterva, corja, mamparra, matula, súcia;
vara - (quando amarradas) feixe, ruma;
velhaco - súcia, velhacada.
Obs.: na maioria dos casos, a forma coletiva se constrói mediante a adaptação do sufixo conveniente: arvoredo (de árvores), cabeleira (de cabelos), freguesia (de fregueses), palavratório (de palavras), professorado (de professores), tapeçaria (de tapetes), etc.
Nota: o coletivo é um substantivo singular, mas com ideia de plural.
Formação dos Substantivos
4 - Substantivos Simples e Compostos
Chuva subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo simples.
Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc.
Veja agora:
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais elementos.
Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
5-Substantivos Primitivos e Derivados
Veja:
Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá...
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra.
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos
Feminino: menina
Aumentativo: meninão
Diminutivo: menininho
Flexão de Gênero
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e feminino.
Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
- O velho e o mar
- Um Natal inesquecível
- Os reis da praia
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino. Observe:
gato - gata
homem - mulher
poeta - poetisa
prefeito - prefeita
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o feminino. Classificam-se em:
Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos.
Por exemplo:
a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas.
Por exemplo:
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por meio do artigo.
Por exemplo:
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Saiba que:
- Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma, são masculinos.
Por exemplo:
o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema.
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam em seu significado.
Por exemplo:
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Pó tem sexo?
O uso das palavras masculino e feminino costuma provocar confusão entre a categoria gramatical de gênero e a característica biológica dos sexos. Para evitar essa confusão, observe que definimos gênero como um fato relacionado com a concordância das palavras: pó, por exemplo, é um substantivo masculino pela concordância que estabelece com o artigo o, e não porque se possa pensar num possível comportamento sexual das partículas de poeira. Só faz sentido relacionar o gênero ao sexo quando se trata de palavras que designam pessoas e animais, como os pares professor/professora ou gato/gata. Ainda assim, essa relação não é obrigatória, pois há palavras que, mesmo pertencendo exclusivamente a um único gênero, podem indicar seres do sexo masculino ou feminino. É o caso de criança, do gênero feminino, que pode designar seres dos dois sexos.
F
ormação do Feminino dos Substantivos Biformes
a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a.
Por exemplo:
aluno - aluna
b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculino.
Por exemplo:
freguês - freguesa
c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três formas:
- troca-se -ão por -oa.
Por exemplo:
patrão - patroa
- troca-se -ão por -ã.
Por exemplo:
campeão - campeã
-troca-se -ão por ona.
Por exemplo:
solteirão - solteirona
Exceções:
barão - baronesa
ladrão- ladra
sultão - sultana
d) Substantivos terminados em -or:
- acrescenta-se -a ao masculino.
Por exemplo:
doutor - doutora
- troca-se -or por -triz:
imperador - imperatriz
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
-esa - -essa- -isa-
cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa
duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa
f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por -a:
elefante - elefanta
g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no feminino:
bode – cabra
boi - vaca
h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
czar – czarina
réu - ré
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
Epicenos:
Observe:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o masculino e o feminino.
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
Por exemplo: a cobra
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino, quanto a seres do sexo feminino.
Nesse caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra.
Veja:
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria.
Outros substantivos sobrecomuns:
a criatura João é uma boa criatura.
Maria é uma boa criatura.
o cônjuge O cônjuge de João faleceu.
O cônjuge de Marcela faleceu
Comuns de Dois Gêneros:
Observe a manchete:
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante da notícia nos informa que se trata de um homem.
A distinção de gênero pode ser feita através da análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo.
Exemplos:
o colega - a colega
o imigrante - a imigrante
um jovem - uma jovem
artista famoso - artista famosa
repórter francês - repórter francesa
Substantivos de Gênero Incerto
Existem numerosos substantivos de gênero incerto e flutuante, sendo usados com a mesma significação, ora como masculinos, ora como femininos.
a abusão erro comum, superstição, crendice
a aluvião sedimentos deixados pelas águas, inundação, grande numero
a cólera ou cólera-morbo doença infecciosa
a personagem pessoa importante, pessoa que figura numa história
a trama intriga, conluio, maquinação, cilada
a xerox (ou xérox) cópia xerográfica, xerocópia
o ágape refeição que os cristãos faziam em comum, banquete de confraternização
o caudal torrente, rio
o diabetes ou diabete doença
o jângal floresta própria da Índia
o lhama mamífero ruminante da família dos camelídeos
o ordenança soldado às ordens de um oficial
o praça soldado raso
o preá pequeno roedor
Note que:
1. A palavra personagem é usada indistintamente nos dois gêneros.
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência pelo masculino:
Por exemplo: O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino:
O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a personagem.
Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma personagem.
2. Ordenança, praça (soldado) e sentinela (soldado, atalaia) são sentidos e usados na língua atual, como masculinos, por se referirem, ordinariamente, a homens.
3. Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fotográfico Ana Belmonte.
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
Masculinos Femininos
o tapa
o eclipse
o lança-perfume
o dó (pena)
o sanduíche
o clarinete
o champanha
o sósia
o maracajá o clã
o hosana
o herpes
o pijama
o suéter
o soprano
o proclama
o pernoite
o púbis a dinamite
a áspide
a derme
a hélice
a alcíone
a filoxera
a clâmide
a omoplata
a cataplasma a pane
a mascote
a gênese
a entorse
a libido
a cal
a faringe
a cólera (doença)
a ubá (canoa)
São geralmente masculinos os substantivos
de origem grega terminados em -ma:
o grama (peso)
o quilograma
o plasma
o apostema
o diagrama o epigrama
o telefonema
o estratagema
o dilema
o teorema o apotegma
o trema
o eczema
o edema
o magma o anátema
o estigma
o axioma
o tracoma
o hematoma
Exceções: a cataplama, a celeuma, a fleuma, etc.
Gênero dos Nomes de Cidades:
Salvo raras exceções, nomes de cidades são femininos.
Por exemplo:
A histórica Ouro preto.
A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
Uma Londres imensa e triste.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Gênero e Significação:
Muitos substantivos têm uma significação no masculino e outra no feminino. Observe:
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjuntp; o que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão) a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição de trânsito)
o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo)
o cisma (separação religiosa, dissidência) a cisma (ato de cismar, desconfiança)
o cinza (a cor cinzenta) a cinza (resíduos de combustão)
o capital (dinheiro) a capital (cidade)
o coma (perda dos sentidos) a coma (cabeleira)
o coral (pópilo, a cor vermelha, canto em coro) a coral (cobra venenosa)
o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma e de outros sacramentos) a crisma (sacramento da confirmação)
o cura (pároco) a cura (ato de curar)
o estepe (pneu sobressalente) a estepe (vasta planície de vegetação)
o guia (pessoa que guia outras) a guia (documento, pena grande das asas das aves)
o grama (unidade de peso) a grama (relva)
o caixa (funcionário da caixa) a caixa (recipiente, setor de pagamentos)
o lente (professor) a lente (vidro de aumento)
o moral (ânimo) a moral (honestidade, bons costumes, ética)
o nascente (lado onde nasce o Sol) a nascente (a fonte)
o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor) a maria-fumaça (locomotiva movida a vapor)
o pala (poncho) a pala (parte anterior do boné ou quépe, anteparo)
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação emissora)
o voga (remador) a voga (moda, popularidade)
Flexão de Número do Substantivo
Em português, há dois números gramaticais:
O singular, que indica um ser ou um grupo de seres;
O plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres.
A característica do plural é o s final.
Plural dos Substantivos Simples
a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e n fazem o plural pelo acréscimo de s.
Por exemplo:
pai - pais
ímã - ímãs
hífen - hifens (sem acento, no plural).
Exceção: cânon - cânones.
b) Os substantivos terminados em m fazem o plural em ns.
Por exemplo:
homem - homens.
c) Os substantivos terminados em r e z fazem o plural pelo acréscimo de es.
Por exemplo:
revólver - revólveres
raiz - raízes
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no plural, trocando o l por is.
Por exemplo:
quintal - quintais
caracol - caracóis
hotel - hotéis
Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
e) Os substantivos terminados em il fazem o plural de duas maneiras:
- Quando oxítonos, em is.
Por exemplo:
canil - canis
- Quando paroxítonos, em eis.
Por exemplo:
míssil - mísseis.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras:
répteis ou reptis (pouco usada).
f) Os substantivos terminados em s fazem o plural de duas maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de es.
Por exemplo:
ás - ases
retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis.
Por exemplo:
o lápis - os lápis
o ônibus - os ônibus.
g) Os substantivos terminados em ão fazem o plural de três maneiras.
- substituindo o -ão por -ões:
Por exemplo:
ação - ações
- substituindo o -ão por -ães:
Por exemplo:
cão - cães
- substituindo o -ão por -ãos:
Por exemplo:
grão - grãos
h) Os substantivos terminados em x ficam invariáveis.
Por exemplo:
o látex - os látex.
Plural dos Substantivos Compostos
A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:
aguardente e aguardentes girassol e girassóis
pontapé e pontapés malmequer e malmequeres
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior.
Exemplos:
palavra-chave - palavras-chave
bomba-relógio - bombas-relógio
notícia-bomba - notícias-bomba
homem-rã - homens-rã
peixe-espada - peixes-espada
d) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
e) Casos Especiais
o louva-a-deus e os louva-a-deus
o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
Plural das Palavras Substantivadas
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Por exemplo:
Pese bem os prós e os contras
O aluno errou na prova dos noves
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Obs.: numerais substantivados terminados em -s ou -z não variam no plural.
Por exemplo:
Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.
Plural dos Diminutivos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o s final e acrescenta-se o
sufixo diminutivo.
pãe(s) + zinhos
animai(s) + zinhos
botõe(s) + zinhos
chapéu(s) + zinhos
farói(s) + zinhos
tren(s) + zinhos
colhere(s) + zinhas
flore(s) + zinhas pãezinhos
animaizinhos
botõezinhos
chapeuzinhos
faroizinhos
trenzinhos
colherezinhas
florezinhas mão(s) + zinhas
papéi(s) + zinhos
nuven(s) + zinhas
funi(s) + zinhos
túnei(s) + zinhos
pai(s) + zinhos
pé(s) + zinhos
pé(s) + zitos mãozinhas
papeizinhos
nuvenzinhas
funizinhos
tuneizinhos
paizinhos
pezinhos
pezitos
Obs.: são anômalos os plurais pastorinhos(as), papelinhos, florzinhas, florinhas, colherzinhas e mulherzinhas, correntes na língua popular, e usados até por escritores
de renome.
Plural dos Nomes Próprios Personativos
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre que a terminação
se preste à flexão.
Por exemplo:
Os Napoleões também são derrotados
As Raquéis e Esteres.
Plural dos Substantivos Estrangeiros
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos como na língua
original, acrecentando-se-lhes um s (exceto quando terminam em s ou z).
Por exemplo:
os shows
os shorts
os jazz
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com as regras de
nossa língua:
Por exemplo: os clubes os chopes
os jipes os esportes
as toaletes os bibelôs
os garçons os réquiens
Observe o exemplo:
Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
Plural com Mudança de Timbre
Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre da vogal tônica
(o fechado / o aberto). É um fato fonético chamado metafonia.
Singular Plural Singular Plural
corpo (ô)
esforço
fogo
forno
fosso
imposto
olho corpos (ó)
esforços
fogos
fornos
fossos
impostos
olhos osso (ô)
ovo
poço
porto
posto
rogo
tijolo ossos (ó)
ovos
poços
portos
postos
rogos
tijolos
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, esposos, estojos,
globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
Obs.: distinga-se molho (ô), caldo (molho de carne), de molho (ó), feixe (molho de lenha).
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
a) Há substantivos que só se usam no singular:
Por exemplo:
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
b) Outros só no plural:
Por exemplo:
as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
Por exemplo:
bem (virtude) e bens (riquezas)
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem, títulos)
d) Usamos às vezes, os substantivos no singular mas com sentido de plural:
Flexão de Grau do Substantivo
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado normal. Por exemplo: casa
Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que indica grandeza.
Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de aumento.
Por exemplo: casarão.
Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que indica pequenez.
Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de diminuição.
Por exemplo: casinha.
Amigão é amigo grande ou grande amigo?
No uso efetivo da língua, as formas sintéticas de indicação de grau são normalmente empregadas para conferir valores afetivos ao seres nomeados pelos substantivos. Observe formas como amigão, partidão, bandidaço; mulheraço, livrinho, ladrãozinho, rapazola, futebolzinho - em todas elas, o que interessa é transmitir dados como carinho, admiração, ironia ou desprezo, e não noções ligadas ao tamanho físico dos seres nomeados.
Substantivos na leitura e produção de textos
Saber nomear com precisão os seres e conceitos de que pretendemos tratar quando falamos ou redigimos é, obviamente, um fator de eficiência em nosso trabalho. Nesse sentido, conhecer os substantivos e refletir sobre os sentidos e significados que exprimem em situações de interações entre substantivos abstratos, verbos e adjetivos cognatos nos oferecem a possibilidade de reelaborar frases e estruturas oracionais em busca das mais adequadas a determinada necessidade ou estratégia comunicativa.
Conhecer os mecanismos de flexão dos substantivos é fundamental para o estabelecimento da concordância nas frases e orações de nossos textos orais ou escritos. No que diz respeito à indicação de grau, insistimos no valor afetivo que o aumentativo e o diminutivo formados por sufixação costumam transmitir: esse valor afetivo não é explorado apenas na língua coloquial, mas também na língua literária. As formas diminutivas e aumentativas são exploradas expressivamente por poetas e prosadores.
Além disso, os substantivos desempenham um papel importantíssimo nos mecanismos de coesão e coerência textuais. É normalmente por meio de um substantivo que se apresenta pela primeira vez, num texto, o ser, ato ou conceito de que vamos tratar. Depois disso, utilizam-se substantivos que mantêm, com esse primeiro, relações variáveis de significado, num processo de retomada que é parte importante da progressão textual. Por meio desse processo, delimita-se ou expande-se a abrangência do sentido dos conceitos analisados. Ao mesmo tempo, com a seleção vocabular, evidencia-se o ponto de vista do produtor do texto sobre o tema tratado.
2 - ARTIGO
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos.
Classificação dos Artigos
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as.
Por exemplo:
Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas.
Por exemplo:
Eu matei um animal.
Combinação dos Artigos
É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma assumida por essas combinações:
Preposições Artigos
o, os a, as um, uns uma, umas
a ao, aos à, às - -
de do, dos da, das dum, duns duma, dumas
em no, nos na, nas num, nuns numa, numas
por (per) pelo, pelos pela, pelas - -
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por crase.
- As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por.
Artigos, leitura e produção de textos
O uso apropriado dos artigos definidos e indefinidos permite não apenas evitar problemas com o gênero e o número de determinados substantivos, mas principalmente explorar detalhes de significação bastante expressivos. Em geral, informações novas, nos textos, são introduzidas por pronomes indefinidos e, posteriormente, retomadas pelos definidos. Assim, o referente determinado pelo artigo definido passa a fazer parte de um conjunto argumentativo que mantém a coesão dos textos. Além disso, a sutileza de muitas modificações de significados transmitidas pelos artigos faz com que sejam frequentemente usados pelos escritores em seus textos literários.
3 - ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade.
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Classificação do Adjetivo
Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria.
Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura.
Formação do Adjetivo
Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
ADJETIVO SIMPLES Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico.
ADJETIVO COMPOSTO Formado por mais de um radical. Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.
ADJETIVO PRIMITIVO É aquele que dá origem a outros adjetivos. Por exemplo: belo, bom, feliz, puro.
ADJETIVO DERIVADO É aquele que deriva de substantivos ou verbos. Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo.
Adjetivo Pátrio
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:
Estados e cidades brasileiros:
Acre acreano
Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belém (PA) belenense
Belo Horizonte belo-horizontino
Boa Vista boa-vistense
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
Curitiba curitibano
Estados Unidos estadunidense, norte-americano ou ianque
El Salvador salvadorenho
Guatemala guatemalteco
Índia indiano ou hindu (os que professam o hinduísmo)
Irã iraniano
Israel israelense ou israelita
Moçambique moçambicano
Mongólia mongol ou mongólico
Panamá panamenho
Porto Rico porto-riquenho
Somália somali
Adjetivo Pátrio Composto
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns exemplos:
África afro- / Por exemplo: Cultura afro-americana
Alemanha germano- ou teuto- / Por exemplo: Competições teuto-inglesas
América américo- / Por exemplo: Companhia américo-africana
Ásia ásio- / Por exemplo: Encontros ásio-europeus
Áustria austro- / Por exemplo: Peças austro-búlgaras
Bélgica belgo- / Por exemplo: Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Por exemplo: Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Por exemplo: Mercado hispano-português
Europa euro- / Por exemplo: Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Por exemplo: Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Por exemplo: Filmes greco-romanos
Índia indo- / Por exemplo: Guerras indo-paquistanesas
Inglaterra anglo- / Por exemplo: Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Por exemplo: Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Por exemplo: Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Por exemplo: Acordos luso-brasileiros
LOCUÇÃO ADJETIVA
Locução = reunião de palavras. Sempre que são necessárias duas ou mais palavras para contar a mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo.)
Por exemplo:
aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada).
Observe outros exemplos:
de águia aquilino
de aluno discente
de anjo angelical
de ano anual
de aranha aracnídeo
de asno asinino
de baço esplênico
de bispo episcopal
de bode hircino
de boi bovino
de bronze brônzeo ou êneo
de cabelo capilar
de cabra caprino
de campo campestre ou rural
de cão canino
de carneiro arietino
de cavalo cavalar, equino, equídio ou hípico
de chumbo plúmbeo
de chuva pluvial
de cinza cinéreo
de coelho cunicular
de cobre cúprico
de couro coriáceo
de criança pueril
de dedo digital
de diamante diamantino ou adamantino
de elefante elefantino
de enxofre sulfúrico
de esmeralda esmeraldino
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo
de farinha farináceo
de fera ferino
de ferro férreo
de fígado figadal ou hepático
de fogo ígneo
de gafanhoto acrídeo
de garganta gutural
de gelo glacial
de gesso gípseo
de guerra bélico
de homem viril ou humano
de ilha insular
de intestino celíaco ou entérico
de inverno hibernal ou invernal
de lago lacustre
de laringe laríngeo
de leão leonino
de lebre leporino
de lobo lupino
de lua lunar ou selênico
de macaco simiesco, símio ou macacal
de madeira lígneo
de marfim ebúrneo ou ebóreo
de mestre magistral
de monge monacal
de neve níveo ou nival
de nuca occipital
de orelha auricular
de ouro áureo
de ovelha ovino
de paixão passional
de pâncreas pancreático
de pato anserino
de peixe písceo ou ictíaco
de pombo columbino
de porco suíno ou porcino
de prata argênteo ou argírico
dos quadris ciático
de raposa vulpino
de rio fluvial
de serpente viperino
de sonho onírico
de terra telúrico, terrestre ou terreno
de trigo tritício
de urso ursino
de vaca vacum
de velho senil
de vento eólico
de verão estival
de vidro vítreo ou hialino
de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Obs.: nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado.
Por exemplo:
Vi as alunas da 5ª série.
O muro de tijolos caiu.
É necessário critério!
Há muitos adjetivos que mantêm certa correspondência de significado com locuções adjetivas, e vice-versa. No entanto, isso não significa que a substituição da locução pelo adjetivo seja sempre possível. Tampouco o contrário é sempre admissível. Colar de marfim é uma expressão cotidiana; seria pouco recomendável passar a dizer colar ebúrneo ou ebóreo, pois esses adjetivos têm uso restrito à linguagem literária. Contrato leonino é uma expressão usada na linguagem jurídica; é muito pouco provável que os advogados passem a dizer contrato de leão. Em outros casos, a substituição é perfeitamente possível, transformando a equivalência entre adjetivos e locuções adjetivas em mais uma ferramenta para o aprimoramento dos textos, pois oferece possibilidades de variação vocabular.
Por exemplo: A população das cidades tem aumentado. A falta de planejamento urbano faz com que isso se torne um imenso problema.
FLEXÃO DOS ADJETIVOS
O adjetivo varia em gênero, número e grau.
Gênero dos Adjetivos
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, classificam-se em:
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino.
Por exemplo:
ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento.
Por exemplo:
o moço norte-americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino.
Por exemplo:
homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino.
Por exemplo:
conflito político-social e desavença político-social.
Número dos Adjetivos
Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples.
Por exemplo:
mau e maus
feliz e felizes
ruim e ruins
boa e boas
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. .
Por exemplo: camisas cinza, ternos cinza.
Veja outros exemplos:
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
Adjetivo Composto
Adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável.
Por exemplo:
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Obs.:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos flexionados.
Grau do Adjetivo
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo.
Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:
1) Sou tão alto como você. Comparativo De Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.
2) Sou mais alto (do) que você. Comparativo De Superioridade Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a "mais...do que" ou "mais...que".
3) O Sol é maior (do) que a Terra. Comparativo De Superioridade Sintético
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
bom-melhor pequeno-menor
mau-pior alto-superior
grande-maior baixo-inferior
Observe que:
a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno.
Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos.
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades de um mesmo elemento.
4) Sou menos alto (do) que você. Comparativo De Inferioridade
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Superlativo
O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas formas:
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
Por exemplo:
O secretário é muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de sufixos.
Por exemplo:
O secretário é inteligentíssimo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
benéfico beneficentíssimo
bom boníssimo ou ótimo
célebre celebérrimo
comum comuníssimo
cruel crudelíssimo
difícil dificílimo
doce dulcíssimo
fácil facílimo
fiel fidelíssimo
frágil fragílimo
frio friíssimo ou frigidíssimo
humilde humílimo
jovem juveníssimo
livre libérrimo
magnífico magnificentíssimo
magro macérrimo ou magríssimo
manso mansuetíssimo
mau péssimo
nobre nobilíssimo
pequeno mínimo
pobre paupérrimo ou pobríssimo
preguiçoso pigérrimo
próspero prospérrimo
sábio sapientíssimo
sagrado sacratíssimo
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser:
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
Note bem:
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepostos ao adjetivo.
2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo.
A forma popular é constituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í.
Adjetivos, leitura e produção de textos
A adjetivação é um dos elementos modalizadores de um texto, ou seja, imprime ao que se fala ou escreve. Quando é excessiva e voltada a obtenção de efeitos retóricos, prejudica a qualidade do texto e evidencia o despreparo ou a má-fé de quem escreve. Quando é feita com sobriedade e sensibilidade, contribui para a eficiência interlocutiva do texto.
Nos textos dissertativos, os adjetivos normalmente explicitam a posição de quem escreve em relação ao assunto tratado. É muitas vezes por meio de adjetivos que os juízos e avaliações do produtor do texto vêm a tona, transmitindo ao leitor atitudes como aprovação, reprovação, aversão, admiração, indiferença. Analisar a adjetivação de um texto dissertativo é, portanto, um bom caminho para captar com segurança a opinião de quem o produziu. Lembre-se de que é a sua adjetivação que deve cumprir esse papel quando você escreve.
Nos textos ou passagens descritivas, os adjetivos cumprem uma função mais plástica: é por meio deles que se costuma atribuir formas, cor, peso, sabor e outras dimensões aos seres que estão sendo descritos. É óbvio que, neste caso, o emprego de uma seleção sensível e eficiente de adjetivos conduz a um texto mais bem-sucedido, capaz de transmitir ao leitor uma impressão bastante nítida do ser ou objeto descrito. São nessas passagens descritivas que a adjetivação atua nos textos narrativos.
4 - NUMERAL
Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência.
Exemplos:
1.Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
[quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"]
2.Eu quero café duplo, e você?
...[duplo: numeral = atributo numérico de "café"]
3.A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"]
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
Classificação dos Numerais
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Leitura dos Numerais
Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção e.
Por exemplo:
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
FLEXÃO DOS NUMERAIS
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc. Os demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas:
Por exemplo:
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número:
Por exemplo:
Teve de tomar doses triplas do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe:
um terço/dois terços
uma terça parte
duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja:
uma dúzia
um milheiro
duas dúzias
dois milheiros
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o que ocorre em frases como:
Me empresta duzentinho...
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)
Emprego dos Numerais
Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:
Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
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