FACULDADE MARTHA FALCÃO – IESA
RELATÓRIO DA PRÁTICA SUPERVISIONADA
COORDENADOR (a): Profª. Mara Regina Kossoski Felix. Esp.
MANAUS
2008
FACULDADE MARTHA FALCÃO – IESA
RELATÓRIO DA PRÁTICA SUPERVISIONADA
COORDENADOR (a): Profª. Mara Regina Kossoski Felix. Esp.
MANAUS
2008
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O estágio faz parte do curso de Psicopedagogia, tendo justamente como tarefa primordial, os dados observados para um possível diagnóstico.
Nele descreve-se o relato das partes envolvidas na abordagem, o histórico, a queixa escolar, a linha de investigação psicopedagógica, as avaliações, a interpretação dos resultados e finalmente os encaminhamentos.
É imprescindível que os psicopedagogos e profissionais envolvidos tenham perspectivas claras e concretas sobre o que busca nas intervenções, como intervir e para que encaminhar a outros especialistas, porque a singularidades da diferença humana, estende-se a cada sujeito independentemente de seu estilo de adquirir e expressar conhecimento e sentimentos. Se faz necessário um olhar diferenciado para aqueles que lidam diretamente com as especialidades das síndromes, das debilidades, dos déficits, das limitações físicas e sensoriais.
Neste trabalho, busca-se comprovar com fidedigdade ás intervenções pedagógicas, que visa realizar as intervenções com “observações”, tanto clínica, quanto institucional, comparando situações de competências e habilidades antes e durante as intervenções/ avaliações e posteriormente as novas intervenções e apropriações adquiridas pelo sujeito.
No campo da abordagem, o estudo foi realizado através de exercícios fonoarticulatórios, respiratórios e labiais junto ao (a) Fonoaudiólogo (a), e ao trabalho psicopedagógico da Profª Mara, dentre os quais, podemos destacar: o Teste Because, Teste das Boquinhas, Teste das Cartas, recortes de formas geométricas, relação espacial, relação temporal, lateralidade, exercícios de equilíbrio, coordenação motora fina e coordenação motora grossa. Essas técnicas foram muito utilizadas nos momentos de resistência da criança frente aos desafios das atividades sensoriais e viso motor, além de extrair a problemática enfrentada pela escola e melhorar o relacionamento com professores e colegas.
Acredita-se que o atendimento clínico vise intervir em situações de insucessos que já se apresentam instalado. E a atuação institucional ocorre geralmente em instituições de ensino, empresas. Organizações assistenciais. Esta forma de atuação apresenta um caráter preventivo que visa evitar ou minimizar possíveis situações de insucesso.
As práticas institucionais merecem destaque, pois as avaliações e intervenções diagnósticas são indefinidas quanto aos materiais instrumentais utilizados no trabalho psicopedagógico. Deve-se pensar, de modo que novas perspectivas perpassem e passem a atender as reivindicações inerentes as atividades psicopedagógicas.
Entretanto, parte-se da premissa de que a construção do conhecimento não pode se limitar a construções isoladas de qualquer área que seja, mas sim da inter-relação entre elas em função de um objeto maior. Portanto, a Psicopedagogia, entendida como uma prática interdisciplinar, não pode ignorar as contribuições das diversas áreas de conhecimento.
O Psicopedagogo atua inicialmente realizando o diagnóstico da situação problema, para em seguida buscar as formas mais adequadas para a intervenção. O diagnóstico visa investigar os quês? E por quês? De determinadas situações. E busca melhores opções de procedimentos para efetivar uma ação.
Na atuação institucional cabe a nós enquanto psicopedagogos (as) nos determos na construção do conhecimento desenvolvidas a nível preventivo, evitando assim, o desenvolvimento de possíveis problemas de aprendizagem ou de outras situações que possam comprometer a educação para a vida social.
Com isto, observa-se que o nível de maior abrangência das ações psicopedagógicas é o que vai atuar junto aos processos educativos, com o intuito de evitar ou diminuir os problemas de aprendizagem.
Espera-se que com o relato de caso aqui descrito, tanto clínico, quanto institucional as futuras psicopedagogas, colegas, profissionais e especialistas, tenha-o como guia, ou como orientação para retirar as pessoas de sua condição inadequada de aprendizagem, dotando-as de sentimentos de alta auto-estima, fazendo- as perceber suas potencialidades, recuperando seus processos internos de apreensão de uma realidade nos aspectos cognitivo, afetivo-emocional, sociais, culturais, orgânicos e pedagógicos que interferem na aprendizagem.
Cada pessoa é única, com histórias de vidas diferentes e perspectivas diferentes. O psicopedagogo constrói mudanças, intervindo diante das dificuldades, trabalhando com os equilíbrios e desequilíbrios e resgatando o desejo de aprender.
Tanto na clínica quanto na instituição, o psicopedagogo (a) atua intervindo como mediador entre o sujeito e sua historia traumática, ou seja, a história que lhe causou a dificuldade de aprender. No entanto, o profissional não deve fazer parte do contexto do sujeito, já que ele está contido numa dinâmica familiar, escolar ou social. O profissional deve tomar ciência do problema e interpretá-lo para a devida intervenção.
Com essa atitude, o psicopedagogo (a) auxiliará o sujeito a reelaborar sua história de vida, reconstruindo fatos que estavam fragmentados, e a retomar o percurso normal de sua aprendizagem. Assim, o trabalho clínico do (a) psicopedagogo (a) se completa com a relação entre o sujeito, sua história pessoal e sua modalidade de aprendizagem. Enfim, o trabalho institucional são meios preventivos para minimizar os problemas da aprendizagem. Dos processos didáticos e metodológicos, procurando analisar a dinâmica institucional com todos os profissionais nela inseridos, detectando os possíveis problemas e intervindo para que a instituição se reestruture.
RESUMO
O respectivo trabalho de Pós-Graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional ira servir de ajuda e como guia para se embasar um possível diagnóstico, vindo a analisar criticamente o cotidiano da instituição e sua possível influência na produção e na manutenção das dificuldades de leitura e escrita e de comportamento; realizando diagnóstico psicopedagógico da clientela encaminhada e portadora de dificuldades de aprendizagens e problemas comportamentais, intervindo psicopedagogicamente junto a esta clientela, orientando psicopedagogicamente os professores e os familiares dos sujeitos atendidos, encaminhando alunos que demandam atendimento especializado e realizando atividades, por intermédio de observação socializada, coordenação motora grossa e fina, aprendizagem, aspectos emocionais, linguagem criatividade, imaginação, discriminação visual, auditiva e raciocínio lógico matemático.
OBJETIVOS:
- Contribuir para o desenvolvimento e adaptação acadêmica do aluno, visando à utilização mais eficiente de recursos intelectuais, psíquicos e relacionais, numa visão integrada dos aspectos emocionais e pedagógicos;
- Fornecer subsídios que facilitem a integração do aluno no contexto escolar;
- Realizar orientação do aluno, discriminando sua problemática;
- Coletar dados relativos à problemática trazida pelo aluno, identificando a(s) área(s) de maior (es) dificuldade(s);
- Realizar atendimento emergencial e informativo quanto à dificuldade de cada aluno envolvendo: A escuta da situação-problema; A identificação das áreas de dificuldade: profissional, pedagógica, afetivo-relacional e/ou social; O fornecimento de informações objetivas que o orientem, minimizando a ansiedade presente; Fazer encaminhamento para profissionais e serviços especializados, se necessário.
DESENVOLVIMENTO
v CLÍNICA
Em um primeiro momento estive no Consultório (clínica) de Psicologia e Psicopedagogia, situado a Rua sete, Nº287- Conjunto Castelo Branco- Parque 10. Fone: (o92) 3236-1274, na zona sul, município de Manaus.
v ESTRUTURA FÍSICA
A referida clínica é bem distribuída, espaçosa, aconchegante, clara, refrigerada e acima de tudo prazerosa. Possui 06 cômodos, sendo: 02 salas medindo 3m x 3m, com banheiros internos e 01 sala menor, medindo 2m x 2m, sem banheiro interno, porém a sua frente têm um banheiro social. Respectivamente, são: 01 sala de psicopedagogia e reforço, o1 sala de Fisioterapia e Psicanálise; 01 sala menor para atendimento psicológico e fonoaudiológico; 01 sala de espera, 01 ante-sala, para pronto-atendimento; e uma cozinha. Na área externa há uma pia, balcão e armário, com materiais para modelagem e pintura, tais como: massinha, gesso, argila, tintas e pincéis.
Na sala de atendimento psicopedagógico têm: 01 escrivaninha para atendimento individual, para os pais ou responsáveis, 01 mesinha com dois banquinhos para o trabalho pedagógico. O mobiliário é assim composto: 01 estante com prateleiras onde na primeira prateleira são colocados alguns brinquedos e na parte superior há uma prateleira com duas portas, com livros didáticos, espelho, a caixa do Piaget; Teste das Boquinhas livros destinados ao psicopedagogo na área de psicomotricidade, coordenação motora fina e grossa; percepção auditiva, visual, noções espaciais; temporais; etc. 01 escrivaninha com gavetas, contendo lápis preto, lápis de cor, gizão de cera, caneta borracha, pincéis atômicos finos e grossos. Possui também 01 som pequeno; 01 televisão; 01 computador com impressora, 01 arquivo pequeno para guardar folhas de registros, testes e fichas de anamnese. Além de um pequeno cômodo com prateleiras e brinquedos de fácil acesso para que a criança possa manusear.
De início, desejo relatar sobre a sala de visitas, possuidora de 01 sofá com 02 poltronas; 01 centro de mesa e 01 ventilador. Na outra sala, de pronto-atendimento há: 01 ventilador; 01 escrivaninha. Telefone e 04 cadeiras.
Em outra sala ao lado, para atendimento psicológico, existe uma anti-sala com: 01 sofá grande; 01 centro de mesa e 01 porta revista e na parte externa há uma escrivaninha e armário.
A sala de fisioterapia e psicanálise fica em frente à sala de Psicopedagogia e possui: 02 escrivaninhas; 01 espelho; 01 bicicleta para exercícios; 01 bola em tamanho grande, 01 esqueleto humano, 01 poltrona, tipo sofá cama (divã). Na verdade são duas salas de atendimento, sem divisórias, e com sessões, em dias e horários diferenciados.
O piso é de lajota antiderrapante, com cores claras e a pintura de toda a clínica são em tons claros..
v PARTE CLÍNICA
A parte clínca é composta por uma equipe multidisciplinar, assim distribuída: 01 psicopedagogo (a) - A Profª e Esp. Mara Regina Kossoski, 03 fonoaudiólogas (Drª Fernanda, Drª Luciana e Drª Ana); 03 psicólogos (Dr. Manuel, Drª Maria José e Dr. Sidney); 02 fisioterapeutas (Mônica e Yeda); 01 professora de reforço (Marcele); e uma secretaria (Suely).
O nosso Coordenador (a) Mara Regina, é bastante receptiva e atendeu as nossas perspectivas na Prática Supervisionada em psicopedagogia, solicitada pela Faculdade Martha Falcão. E em cumprimento a grade Curricular.
v SUJEITOS
As crianças são encaminhadas para a Clínica, através de visitas feitas pela equipe multidisciplinar, e em seguida, são encaminhadas pelas escolas particulares e públicas. Essa parceria, mostra que há um comprometimento de ambas, com crianças portadoras de dificuldades de aprendizagem com uma abordagem psicopedagógica.
v INSTRUMENTO INICIAL
O instrumento inicial no diagnóstico ocorreu após a queixa escolar, o histórico pessoal realizado após a entrevista inicial e o contato com os pais ou responsável pela criança.
Impreterivelmente, sabe-se que os dados fornecidos pelos genitores estarão impregnados de percepções e fatos negativistas em relação ao cliente. Weiss (2005, p: 106), alerta que não se deve aplicar várias provas de conservação em uma mesma sessão, para se evitar a contaminação da forma de resposta. Observa-se que o psicopedagogo deverá fazer registros detalhados dos procedimentos da criança, observando e anotando suas falas, atitudes, soluções que dá às questões, seus argumentos e juízos, como arruma o seu material. Isto será fundamental para a interpretação das condutas.
Portanto, mesmo que haja algumas contradições permeando a entrevista, esse instrumento é de grande valia para o processo Diagnóstico, pois além, de auxiliar na investigação, informa as possíveis causas das dificuldades de aprendizagem do cliente.
Para se obter mais fidedignidade e dados mais concretos, a entrevista foi realizada num modelo semi-aberto e posteriormente foi aplicada a Ficha de Anamnese. Que é uma das peças fundamentais desta quebra - cabeça que é o diagnóstico. Através dela nos serão reveladas informações do passado e presente do cliente, juntamente com as variáveis existentes em seu meio, Observaremos a visão da família sobre a história da criança, seus preconceitos, expectativas, afetos, conhecimentos e tudo aquilo que é depositado no cliente. E foram realizados testes que permitiu detectar contradições e omissões dos fatos, e algumas dificuldades encontradas no cliente. Obtendo assim dados das possíveis causas da problemática de aprendizagem, investigando em profundidade a sua história de vida, desde a concepção até o momento atual. Redescobrindo os possíveis distúrbios de comportamento, observando o seu desenvolvimento e a maneira ou forma que aprendeu a aprender, detendo-se nas relações vinculares familiares, e delineando os instrumentos do diagnóstico, embasada nas hipóteses levantadas.
Os atendimentos psicopedagógicos estão logo abaixo discriminados:
v Cliente – Aluno “D”
Data do atendimento: 14/05/2008
Horário de atendimento: diariamente de 14:00 às 16:00 hs.
Idade cronológica- 14 anos
Idade mental- 14 anos
Série: 8ª Série
Observação: Permanece na sala de psicopedagogia e reforço de Português das 14:00 hs às 16:00 hs. É um adolescente hiperativo, agressivo, e às vezes se encontra desanimado. Diariamente vem a clínica e pelo fator intimidade o encaminharam para o Dr. Humberto, Ás 4ª e 6ª feira, tem aulas de reforço com a Profª de Português, (a Marcele). Os restantes das atividades são de concentração e para trabalhar matemática e Física. O referido aluno sente muita solidão e ansiedade.
v Cliente- Aluno “O”
Data do atendimento: 14/05/2008 e 20/05/2008
Horário de atendimento: diariamente de 16:00 às 17:30 hs.
Idade cronológica- 13 anos
Idade mental- 10 anos
Série: nona
Observação : O aluno *O” é um adolescente imaturo, com um nível de ansiedade muito grande, e excesso de mimos, por parte da mãe. Tem fobias, falta de memorização e seu comportamento é agressivo, ansioso, escreve com firmeza e bastante força.,e têm a fala infantilizada. A superproteção e excesso de mimo o sufoca e o prejudica.Têm um comportamento que deve ser trabalhado, mas a mãe não aceita o tratamento psicológico. Fez-se tudo que era necessário, para que o aluno obtivesse sucesso em sua trajetória escolar. Porém, quando o aluno recebeu alta psicopedagógica e fonoaudio´logica, regrediu, tirou notas baixas e ficou em recuperação, voltou a estaca zero e têm-se que recomeçar , tudo outra vez.
20/05/2008 - É sistemático e organizado, porém distraído, inteligente e ansioso.
v Cliente- Aluno “T”
Data do atendimento: 14/05/2008
Horário de atendimento: diariamente de 14:00 às 15:00 hs.
Idade cronológica - 4 anos
Idade mental - 4 anos
Série: 2º Período
Observação: A mãe ficou grávida precocemente, não sabe lidar com a criança, não têm paciência. Entrou na escola sem saber fazer nada. Foi determinado para a mesma rotinas com atividades psicomotoras.
v Cliente- Aluno “E”
Data do atendimento: 14/05/2008
Horário de atendimento: 4ª e 6ª às 15:00 hs
Idade cronológica - 8 anos
Idade mental - 8 anos
Série: 2º Ano
Observação: O referido aluno têm disgrafia, é paciente a um ano e meio. Anteriormente vinha continuadamente aos acompanhamentos, porém atualmente vêm menos, porque têm atendimento em sua residência às 4ª e 6ª feiras com a Profª de reforço (Marcele). Têm atendimento psicológico, com a Maria José e as 4ª feira, vai para o Psicólogo e permanece com o mesmo até as 15: 00 hs, horário que têm que fazer reforço e deveres de casa. Precisa ser trabalhado para melhorar a letra. Quando percebe que a avô vem buscá-lo, não se interessa por mais nada e resolve ir embora.
Cliente- Aluno “L.P”
Data do atendimento: 20/05/2008-
Horário de atendimento: 3ª e 5ª às 15:00 hs.
Idade cronológica - 16 anos
Idade mental - 13 a 14 anos
Série: 1º Ano do Ensino Médio
Observação: Possui dificuldades de aprendizagem e dificuldades nas disciplinas. Nos testes de DDA. Têm déficit de atenção e uma agressividade embutida. Na frente de sua mãe, se comporta como um cordeirinho. E esse mesmo comportamento deve ser trabalhado.
Cliente- Aluno “J”
Data do atendimento: 20/05/2008-
Horário de atendimento: 3ª e 5ª às 15:00 hs.
Idade cronológica - 07 anos
Idade mental - 07 anos
Série: 1º Ano do Ensino Fundamental
Observação: O respectivo aluno tem problemas grave de fala,, distúrbio neuropsicológico, não memoriza seqüência do alfabeto, déficit no PAC (Processamento Auditivo Central) não distingue o som do ruído. Foi adotado e abandonado.
Cliente- Aluno “R”
Data do atendimento: 20/05/2008-
Horário de atendimento: 4ª e 6ª às 17:00 hs.
Idade cronológica - 05 anos
Idade mental - 05 anos
Série: pré-alfabetização
Observação: O respectivo aluno tem dislexia e disgrafia, é dependente, mas atualmente melhorou bastante. Já guarda o material, abotoa, e organiza seu material, só na leitura deixa a desejar. Seu raciocínio melhorou em alguns aspectos. Exemplo: classificação, memorização de fatos, organização, seriação, etc.. A psicopedagoga trabalha com as mesmo formas geométricas, pois nas formas verifica-se a concentração, atenção, agilidade e equilíbrio. Além disso, utiliza o método das boquinhas para aprofundar as trocas silábicas.
Cliente- Aluno “J”
Data do atendimento: 20/05/2008-
Horário de atendimento: 3ª e 5ª às 15:00 hs.
Idade cronológica - 06 anos
Idade mental - 06 anos
Série: terceira série
Observação: O “J” fez 03 atendimentos: O 1º com a mãe o segundo foi à aplicação da anamnese dia 13/05/08 e na terceira sessão foi aplicado o Teste Because, para testar o nível de maturidade. É bastante infantil, desconhece o alfabeto, não faz a seqüência do alfabeto. Foi dada a criança o desenho de um carro para que recortasse e pintasse. Ela seguiu os passos solicitados, mas sempre com a boca aberta. Ela tem problemas respiratórios. A Psicopedagoga pediu que o mesmo colocasse o seu nome atrás da figura do carro. Em seguida, mostrou várias figuras semelhantes e diferentes e pediu que pintasse as semelhantes da mesma cor. A criança está pintando com cores diferentes e não atentou para o que foi solicitado.
Constatou-se então, que o atendimento na parte clínica e diagnóstico foi realizado com várias crianças na faixa etária entre 4 e 16 anos, que tiveram como diagnóstico: A hiperatividade, agressividade, falta de concentração, ansiedade, imaturidade, excesso de mimo, fobias, falta de memorização, lentidão, falta de atenção, distúrbios neuro- psicológicos, déficit no PAC (Processamento Auditivo Central) - onde a criança ou sujeito, não distingue o som do ruído, transtorno de síndrome múltipla, motricidade e equilíbrio.
No entanto, uma em especial me chamou a atenção, é o caso de “O”, que em decorrência de seu distúrbio de aprendizagem, ocasionado pelo excesso de mimo, dislexia e disgrafia, vem apresentando problemas de comportamento emocional, pois apresenta geralmente nas provas aplicadas na escola: ânsia de vômito, renite emocional, alergias e em decorrência de tais aspectos, têm um baixo índice de rendimento escolar.
E por esses fatos, é um adolescente com idade cronológica de 13 anos, e idade mental de 10 anos. É bastante imaturo, possuindo um nível de ansiedade muito grande, com fobias e dificuldades em memorizar fatos.
A mãe o sufoca com o excesso de mimos e acaba o estragando, pois esse excesso, trás graves conseqüências, para o seu aprendizado, na fala e demonstra um comportamento emocionalmente alterado, apresentando, portanto um comportamento “flutuante” que causa insegurança e agrava seriamente seu estado, tornando-o um adolescente dependente, agressivo, distraído e inseguro, procurando geralmente chamar a atenção, devendo submeter-se muitas vezes, as regras de boa educação, para que possa vim a apresentar uma boa conduta.
Os avanços e recuos são constantes, no processo ensino-aprendizagem, pois faz tratamento há um ano, e ao ter alta da fonoaudióloga e psicopedagoga, teve prejuízos, ficou em recuperação em 06 disciplinas, se desmotivou, e na área psicológica e psicopedagógica regrediu intelectualmente, cognitivamente e afetivamente.
É inevitável a prevenção a ansiedade, por isso tem-se que ajudar o paciente “O”, para que se sinta a vontade, e possa efetuar tranquilamente a sua entrevista, pois houve um retrocesso, e um retorno à clínica, e deve-se trabalhar em profundidade nos aspectos de percepções, convicções e emoções que serão relevantes para as preocupações que requerem atenção, perspicácia e trabalho, começando tudo outra vez. Mas esse é o nosso trabalho e por isso, deve haver comprometimento quanto aos procedimentos e nossa atuação.
Assim, Bossa (2000, p: 67) nos diz:
“A psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, culturais, orgânicos e pedagógicos que interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que resgatem o prazer de aprender em sua totalidade, incluindo a promoção da integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no universo educacional do aluno”.
Portanto, é de fundamental importância que o psicopedagogo (a) compreenda os aspectos cognitivos, emocionais, culturais, orgânicos e pedagógicos que ocasionam distúrbios na aprendizagem, possibilitando um perpassar de prazer, significância e interação entre pais, comunidade escolares e especialistas que contribuem no processo educativo do alunado.
Essa hipertemia, ou seja: exageros das reações afetivas são reguladoras da ação, influindo na escolha de objetivos e na valorização de determinados elementos ou situações pelos indivíduos.
O aprender envolve simultaneamente a inteligência, os desejos e necessidades, por meio do cognitivo, busca se generalizar, classificar, ordenar, identificando-se semelhanças, enquanto através dos desejos e necessidades busca-se o individual, o subjetivo e o diferente.
Santini (2002, p: 58), afirma:
“Conhecer é pensar, inventar, descobrir e conectar as qualidades e atributos dos objetos recompondo com a minha capacidade criadora, o real externo da minha mente. Este é o significado do aprender”.
Desta maneira enfoca-se uma relação entre o sujeito e o conhecimento e o significado de aprender. A aprendizagem não se faz diretamente, mas sim pela ação, isto è, a pessoa transforma e reproduz as informações a que têm acesso em função dos recursos próprios.
Com isso, pretende-se dizer que a aprendizagem tem uma função integradora, estando diretamente ligada ao desenvolvimento psicológico, mostrando as possibilidades de interação e adaptação da pessoa, à realidade ao longo da vida, sofrendo múltiplas influências de fatores ambientais e individuais.
Aprender é construir o seu próprio significado e não encontrar as respostas certas dadas por alguém.
Após esses encontros e procedimentos a equipe multidisciplinar reuniu-se para organização de dados produzindo o relatório de atendimento e diagnóstico geral, que é um pré-requisito para uma devolutiva para a família, para a escola e conseqüentemente intervenção psicopedagógica do adolescente em questão, onde foi constatado que:
§ É zeloso, prestativo e organizado e que o mesmo, deve reiniciar o processo psicopedagógico com reforços escolares;
§ Que têm potencial para interagir socialmente com outros;
§ Que demonstra espírito de cooperação e respeito;
§ Que apresenta lentidão ao articular palavras;
§ Têm deficiência na pronúncia.
Porém, sai-se bem na realização de cálculos e na escrita e demonstra enriquecimento ao realizar tarefas. Deve permanece em tratamento psicopedagógico, com reforços nas demais disciplinas, procurando-se pistas, selecionando-as e centrando-se na investigação de todo o processo de aprendizagem, levando-se em conta a totalidade dos fatores envolvidos.
A partir daí, a escola e nós enquanto profissionais da educação achamos que o adolescente, não deve ser humilhado, nem privado de suas descobertas, levando-o a descobrir sua própria habilidade e seu caminho próprio de aprender
Deve-se incentivá-lo nas coisas que mais gosta de fazer e faz bem feito, se alegrar e valorizar o seu esforço em fazer algo, estimulá-lo a observar sempre as palavras e falar francamente sobre suas dificuldades, levando-o a reconhecer que pode fazer inúmeras coisas bem feitas.
Analisar as dificuldades de aprender inclui necessariamente propostas de ensino e no que é valorizado como aprendizagem. O psicopedagogo (a) abre espaços para que se disponibilizem recursos que façam frente aos desafios, isto é, na direção da efetivação da aprendizagem.
Diante do exposto acima, verificou-se que “O” não está tendo um bom aproveitamento por falta de atendimento psicológico, pois a mãe não aceita esse procedimento e contrata professores para reforçar todas as disciplinas. Em virtude disso, a equipe multidisciplinar se reuniu, e o encaminhou para o psicólogo, esperando um rápido retorno em seu aprendizado.
II-INSTITUCIONAL
O presente trabalho, relata o estudo de caso de uma criança inserida no contexto escolar e com distúrbios de aprendizagem, necessitando de intervenção psicopedagógica e pedagógica no processo reeducativo e num trabalho multidisciplinar.
Fagali (1998, p: 37-46) enfatiza:
“Na atuação institucional trabalho reside na construção de conhecimentos desenvolvidos em nível preventivo. Este trabalho pode ser realizado em diversas frentes institucionais visando evitar o desenvolvimento de possíveis problemas de aprendizagem ou de outras situações que possam comprometer a educação para a vida social. Dentre as possibilidades de atuação do psicopedagogo tem os trabalhos na área hospitalar, empresarial, familiar, escolar, e outra.
Entende-se que o psicopedagogo (a) deva ampliar os conhecimentos numa perspectiva do processo ensino-aprendizagem, em caráter preventivo, para que possa minimizar possíveis dificuldades na aprendizagem ou que traga comprometimentos sociais.
A) HISTÓRICO DA ESCOLA MUNICIPAL PE. MAURO FANCELLO
A Escola Municipal Alternativa Pe. Mauro Fancello situa-se na Praça Coari S/N, Bairro: São Francisco nº 382, cujo ato de criação é de 4552 de 26 de novembro de 1998, tendo como atual gestora, a Profª Lucinthia Maduro Barros e como Pedagogo (a) a Ana Cristina Pereira do Nascimento e secretário: Adalberto do Amaral da Costa.
A escola atende atualmente crianças na etária de 05 a 13 anos, oferecendo do 1O ao 5O Ano do novo Ensino Fundamental e PAA ( Programa de Aceleração da Aprendizagem), procura desenvolver uma educação voltada às necessidades dos educandos e da comunidade na qual está inserida.
As iniciativas de uma escola na Paróquia de São Francisco se deram com a vinda do Pe. Raimundo no ano de 1972, o qual deu grande apóio às atividades educativas e recreativas da época. Utilizou-se para isso o salão paroquial. Em 1976, cedeu ainda as dependências da antiga igreja IEBEM- Instituto do Bem- Estar do Menor, com o qual fez convênio para funcionamento do mesmo, cujo atendimento era de menores ( hoje crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal).
Com o crescimento da demanda houve necessidades da Paróquia São Francisco construir um novo prédio, onde fosse possível atender um maior número de crianças e adolescentes oferecendo maior espaço físico.
Enviou-se o Projeto da construção para a Instituição “BISCHOEFLICHE AKITON MISEREOR” localizada na Alemanha, sendo aprovada pela mesma em 27/02/1976, iniciou-se a construção. Com a morte do Pe. Raimundo veio substituí-lo o Pe . Mauro Fancello que continuou a construção inaugurando o prédio da escola em 06/08/1978, sendo que este ficou ocupado pelo IEBEM até o ano de 1987.
Ao término de convênio com o IEBEM a Entidade Obras Sociais da Paróquia de São Francisco (atual mantenedora da escola), passou a ocupar o prédio, desenvolvendo o Projeto Alternativo de Educação, a partir de outubro de 1989.
A princípio iniciou-ser um levantamento sócio- econômico das famílias a serem beneficiadas pelo Projeto. Observou-se que o bairro onde a escola está inserida possui uma área central dos mais favorecidos sócio-economicamente e uma área dos menos favorecidos (área periférica). É aí que se localizam as famílias pertencentes à Escola Alternativa Pe. Mauro Fancello, além das que moram em bairros adjacentes como o de Petrópolis, Cachoeirinha e de São Sebastião.
A Escola Alternativa surge na busca de alteração dessa realidade, como uma alternativa de educação que se propõe a oferecer instrumentos de luta por uma vida mais digna.
Em sua trajetória a mesma sofreu algumas modificações, quanto ao seu quadro estrutural, no que diz respeito à equipe multiprofissional e na ajuda financeira, pois recebeu ajuda financeira do CBIA ( Centro Brasileiro para Infância e Adolescência), para compra de materiais de consumo e didático-pedagógico até o ano de 1993.
Teve-se então que conveniar com a SEMED (Secretaria Municipal de Educação), no ano de 1994, quando recebeu o nome de Escola Municipal Alternativa de São Francisco Pe. Mauro Fancello, em homenagem ao pároco da época da inauguração do prédio;
Em 1998, entrou em Termo de Comodato, com a duração de 05 anos que poderá ser rescindido quando uma das partes não quiser mais.
Atualmente a escola, através da entidade Obras Sociais da Paróquia de São Francisco, mantém convênio com a entidade americana Amazon Relief para manutenção de atividades do Projeto Alternativo de Educação desenvolvido com crianças e adolescentes;
Recebem ainda apóio pedagógico da Universidade Federal do Amazonas com projetos de extensão da mesma.
Tem como entidade mantenedora e filantrópica as Obras Sociais da Paróquia de São Francisco, com sede e foro em Manaus/ Amazonas, registrada no Conselho Nacional de Serviço Social e no Cadastro Geral do Contribuinte sob o n º4.310.116/0001-88.
B) ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA
Pode ser assim discriminada:
06 salas de aula atendendo alunos do 1º ao 5º ano;
01 sala de leitura;
01 sala de professores;
01 sala de Coordenação das obras sociais;
01 sala de informática;
01 diretoria;
01 secretaria;
01 salão refeitório;
02 depósitos;
01 quadra de esportes;
01 área livre;
01 área para plantio (horta).
C) ESTRUTURA FINANCEIRA
Possui estrutura financeira dos amigos católicos americanos, funcionários pagos pela Secretaria Municipal de Educação, PDDE ( Programa Dinheiro direto na escola) e APMC ( Associação de pais , Mestres e Comunitários). Através de questionários utilizados, observou-se que as dificuldades maiores, estão relacionadas ao desenvolvimento da leitura. E que esforços concentrados minimizaram a problemática, através de reforços escolares, aulas de danças, trabalhos e acompanhamentos individualizados. Além das atividades extra-classe ( festas, passeios, atividades culturais e esportivas, visitas a casa dos educandos e ainda poder contar com a contribuição da equipe do Plantão Escola da SEMED e do Conselho Tutelar da Zona Sul.
D) PROJETOS
Têm-se inúmeros projetos e dentre eles, pode-se destacar:
v Horta Escolar
Objetivo geral: Incentivar o gosto pelo plantio, colheita e consumo das hortaliças na alimentação oportunizando o aperfeiçoamento de procedimentos fundamentais para o cultivo de hortaliças e o aprendizado de conteúdos.
v Projeto Alternativo da Escola Educação
Objetivo geral: Atender as crianças e adolescentes de risco social, bem como seus familiares.
v Projeto Lendas Amazônicas
Objetivo geral: Desenvolver o Projeto no contexto escolar, favorecendo a aprendizagem significativa, levando em conta a vivência cultural da nossa Região.
v Projeto Vitória-Régia
Objetivo geral: Proporcionar aos educandos o conhecimento de seus potenciais e talentos, fazendo com que suas agressividades sejam transformadas em conhecimento, respeito, cooperação, interesse e expressões artísticas, mostrando ainda para suas famílias, os benefícios que a dança poderá trazer para suas vidas.
Projeto Pedagógico da sala de informática
Objetivo geral: Estimular aos educandos e educadores, através dos meios tecnológicos para alcançarem sua autonomia no manuseio das novas tecnologias.
II-INTERVENÇÃO E DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL
1. CACTERIZAÇÃO DO ALUNO
O aluno a quem chamaremos S. N. O, têm 9 anos de idade, e está retido (ou seja: repetente na 3ª Série. Apresenta problemas de comportamento, não obedecendo às regras de jogos, sendo agressivo com os demais colegas e nunca sendo culpado de nada, O seu comportamento caracteriza-se essencialmente por não cumprir ordens ou regras estabelecidas. Essa atitude gera ou cria perturbação na sala de aula, perturbação esta que é reforçada pelos companheiros, pois acham-no engraçado, é o palhaço da turma, imita passarinhos, macacos, etc. Quer chamar a atenção. Entretanto, é um aluno assíduo, interessado e esforçado, esquece a seqüência de fatos, devido a má alimentação e a falta de ajuda da família. Pois a avô, têm transtornos mentais e a mãe é analfabeta. evidencia – se atraso cognitivo, pois apresenta uma disfunção neurológica, que pode ser inata ou constitucional, apresentando características de dislexia e disgrafia, dentre as quais pode-se destacar: muitas vezes não sabe o que se pede para fazer,isto está relacionado a memória,parece perdida no tempo e no espaço, pois confunde hoje, amanhã, ontem, direita, esquerda, para cima e para baixo, com dificuldades em seqüência, pois não sabe em qual dia, mês ou ano está,adiciona letras as palavras, junta palavras na escrita, não lê, não escreve, mas faz uma copia imprecisa, e o seu ditado mostra, que têm problemas de relação espacial, e que omite letras . A imaturidade emocional fica evidenciada na dificuldade que tem de interiorizar informações. isto quer dizer, que o seu cérebro não processa as informações visuais para reconhecer, organizar, interpretar e /ou recordar imagens visuais.
1.1 QUEIXA ESCOLAR
A queixa escolar relatada pela professora Claúdia Regina Moreira Matos e família foram: Dificuldades em obedecer a regras, lentidão para escrever e ordenar fatos, além de não ter ajuda escolar, pelo fato de mãe e avô serem analfabetas e ter transtornos mentais.
1.2 LINHA DE INVESTIGAÇÃO
A Epistemologia convergente é uma linha de estudo utilizada no campo da psicopedagogia, onde são realizadas avaliações específicas para o diagnóstico de problemas decorrentes da não aceitação de regras; e a linha epistemológica de Rudolf Steiner, que é uma linha antroposófica convergente.
1.3 ASPECTOS EPISTEMOLOGICO
Aplicou-se anamnese descritiva, observando seu desenvolvimento à partir de relatos da professora e pessoas da família.
1.4 ASPECTOS EPISTEMOLÓGICOS
Aplicou-se jogos com regras, histórias onde a criança pudesse narrar oralmente e fizesse a escrita no caderno, além da ordenação de frases e de fatos da seqüência de fatos da história infantil, exercícios com associações visuais e leitura, sintaxe, ou seja exercícios relativos á ordem e estruturas das frases.
1.5 ASPECTOS EPISTÊMICOS
Aplicou-se entrevista familiar exploratória educacional e sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças), síntese diagnóstica (prognóstico) e devolução (encaminhamentos), buscando-se analisar as relações vinculares com o meio familiar, social e com a aprendizagem.
1.6 DESCRIÇÕES DOS RESULTADOS
Constatou-se através de jogos que o aluno S.N. O, apresenta dificuldades em memorizar fatos, parece perdido no tempo e no espaço, pois confunde hoje, amanhã, ontem, direita, esquerda, para cima e para baixo, com dificuldades em seqüência, pois não sabe em qual dia, mês ou ano está, adiciona letras as palavras, junta palavras na escrita, não lê, não escreve, mas faz uma copia imprecisa, e o seu ditado mostra, que têm problemas de relação espacial, e que omite letras . A imaturidade emocional fica evidenciada na dificuldade que tem de interiorizar informações. Isto quer dizer, que o seu cérebro não processa as informações visuais para reconhecer, organizar, interpretar e /ou recordar imagens visuais.
As dificuldades de leitura e escrita podem resultar de dificuldades nos processos cognitivos básicos, por essa razão é que se pode dizer que as aprendizagens de leitura e escrita não são atividades isoladas, e que fazem parte de um processo de desenvolvimento da linguagem, e suas dificuldades se devem a uma deficiência qualquer na estruturação e na organização da linguagem como um todo.
1.7 INTERPRETAÇÃO DAS AVALIAÇÕES APLICADAS
Conforme avaliações aplicadas, o diagnóstico poderia ser descrito como disgrafia e dislexia, pois a criança tem dificuldades na utilização dos símbolos gráficos para exprimir idéias, têm uma cópia imprecisa, e quando um texto é ditado, surgem sérios problemas na escrita, tais como: omissão de letras, junção de palavras, acréscimo de letras, e falta de relação espacial e temporal.
1.8 ENCAMINHAMENTOS
O nosso estágio é de observação e tem a finalidade de detectar as dificuldades relatadas pelo professor (a), desenvolver o trabalho com a criança que apresentou características de distúrbios de aprendizagem, levando-se em consideração alguns aspectos relevantes que envolvem as relações com os filhos desde o período de gestação até a idade escolar. e estabelecendo uma relação clara, funcional e positiva com o professor ,procurando ampliar a informação recolhida,localizar as possibilidades e dificuldades do aluno,colhendo informações sobre o aluno em relação: adaptação, hábitos,relacionamento.Conhecendo o trabalho desenvolvido pelo professor até o momento do encaminhamento, e captando os aspectos vivenciados na relação que o professor estabelece com o problema do aluno.
Na entrevista inicial, é necessária alguma consideração desde o início, como por exemplo, em que nível está situado o problema do aluno.Faz-se necessário auxiliar o professor a refletir sobre a capacidade e dificuldades do aluno, objetivando analisar, avaliar os elementos que foram observados pelo professor. Nesta fase, também é importante e conveniente vislumbrar aspectos positivos do aluno com a finalidade de avaliar a sua capacidade para depois comentar com o professor, aprofundando na definição do problema, ampliação da informação, referente ao relacionamento, hábitos, linguagem, área de aprendizagem, contatos referente ao relacionamento, com a família, estratégias de mudanças, objetivos e compromissos entre escola e família.
Entretanto a entrevista com a família tem o objetivo de informar o trabalho a ser desenvolvido para ajudar o professor nos aspectos que o preocupam, obter informações e dados sobre a situação familiar, verificar os tipos de relações entre o papel da escola e o papel da criança, tanto na escola quanto na família, explicar aos pais qual é a situação do seu filho na escola: rendimento escolar, e o relacionamento, comportamento, aprendizagem, observar se a família está disposta a cooperar, ajudar na solução, ou seja, o melhor caminho a seguir,ouvir as explicações ou as questões da família,solicitar a colaboração da família sempre que necessário para entender melhor o que se passa com seu filho em relação escolar, e introduzir mudanças para melhorar a situação da criança na escola.
Segundo Drouet (1977) os critérios para identificar as possíveis causas das dificuldades de aprendizagem e do ajustamento escolar são:
v Causas físicas - são aquelas representadas pelas perturbações somáticas transitórias ou permanentes. São provenientes de qualquer perturbação do estado físico gerais da criança;
v Causas sensoriais - são todos os distúrbios que atingem os órgãos dos sentidos, que são responsáveis pela percepção que o indivíduo tem do meio exterior;
v Causas emocionais - são distúrbios psicológicos ligados às emoções, e aos sentimentos dos indivíduos e à sua personalidade. Esses problemas
v Geralmente não aparecem sozinhos, eles estão associados a problemas de outras áreas, como por exemplo, a área motora, sensorial;
v Causas neurológicas - são as perturbações do sistema nervoso, tanto do cérebro, como do cerebelo, da medula e dos nervos;
v Causas intelectuais ou cognitivas - são aquelas que dizem respeito à inteligência do indivíduo, isto é, à sua capacidade de conhecer e compreender o mundo em que vive, de raciocinar sobre os seres animados ou inanimados que o cercam e de estabelecer relações entre eles;
v Causas educacionais - o tipo de educação que a pessoa recebe na infância irá condicionar distúrbios de origem educacional, que a prejudicarão na adolescência e na idade adulta, tanto no estudo quanto no trabalho. Portanto, as falhas de seu processo educativo terão repercussões futuras;
v Causas sócias - econômicas - não são distúrbios que se revelam no aluno. São problemas que se originam no meio social e econômico do indivíduo.
A maioria dos profissionais envolvidos com educação depara com crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem. Em alguns casos o problema destas crianças é resolvido na própria escola. Alunos com problemas persistentes depois destas interferências devem fazer a intervenção com especialistas, tais como: os fonoaudiólogos (a), psicopedagogos, psicólogos ou médicos, sendo possível perceber a necessidade do envolvimento de todos estes especialistas na diversidade de fatores que podem ser responsáveis por estas dificuldades. Estes fatores são:
v Os problemas emocionais;
v Os problemas orgânicos (audição, fala e visão);
v Os hábitos de estudo inadequados;
v A falta de motivação;
v Os problemas de relacionamento com o professor e/ou com os colegas;
v A falta de atenção às explicações dos professores;
v As deficiências intelectuais;
v As carências ambientais, entre outros.
Assim sendo, dependendo do fator predominante na dificuldade que a criança apresenta, um ou outro profissional pode ser o mais indicado.
No entanto, nem sempre é fácil decidir-se pelo melhor encaminhamento. Por um lado, a identificação exata da dificuldade apresentada é bastante complexa.
Apesar desta dificuldade, uma avaliação cuidadosa de cada caso é imprescindível e dela dependerá a escolha do profissional adequado.
Um encaminhamento precoce maximiza a chance de sucesso do atendimento e poupa a criança do desgaste de passar de consultório em consultório. É preciso saber que muitas crianças sentem-se inferiorizadas por precisar de ajuda extra-escolar, e a passagem por vários especialistas acentuam a auto-imagem negativa que essas crianças acabam por desenvolver.
Desta forma, os fatores psicológicos tornam-se difíceis de serem trabalhados devidos os professores não possuírem fundamentação teórica, suporte de um profissional da área e também por que é cobrado o vencimento do conteúdo programático.
Portanto, a escola deixa passar momentos significativos na vida das crianças em função de não terem como minimizar ou solucionar as dificuldades de aprendizagem oriundas de fatores psicológicos.
Alicia Fernandez em seu livro “A inteligência Aprisionada” traz uma visão global das dificuldades de aprendizagem, onde coloca a existência da articulação entre inteligência e desejo, entre família e sintonia. Ela diz:
[...] se pensarmos no problema de aprendizagem como só derivado do organismo ou só da inteligência, para sua cura não haveria necessidade de recorrer á família. Se, ao contrário, as patologias no aprender surgissem na criança ou no adolescente somente a partir de sua função equilibrada do sistema familiar, não necessitaríamos. (pg, ano)
Para ser diagnóstico e cura, recorrer ao sujeito separadamente de sua família. Ao considerar o sintoma como resultante da articulação construtiva do organismo, corpo, inteligência e estrutura do desejo, incluído no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sintoma tem sentido e funcionalidade... É que podemos observar o possível atrape da inteligência. ”(Fernandez, 1990, p.25).
1.9 CONCLUSÕES
O presente relatório, tanto clínico, quanto institucional foi um grande aprendizado para esclarecer sobre a problemática da criança e / ou adolescente a partir das hipóteses do diagnóstico , procurando mostrar o potencial de ambos no âmbito escolar.
Acredita-se que nesse trabalho realizado através da observação direta do aluno possa-se contribuir com o trabalho dos demais colegas e que também sirva de novas bases para investigações e aperfeiçoamento.
Para a elaboração de um informe psicopedagógico, é preciso, inicialmente, ter clareza de seu objetivo, uso e função dentro de um processo diagnóstico, seja ele clínico ou institucional.
A busca desta clareza pode ser iniciada a partir da conceituação da palavra informe e laudo. Laudo, aqui incluída, enquanto palavra e idéia por ser também um termo empregado entre educadores, psicólogo e outros profissionais da área da saúde e educação.
A partir das vivenciais, observações e dados fornecidos pela clínica e instituição, pode-se ter conhecimento das potencialidades das crianças analisadas, e dessa forma ampliar a importância e necessidade da intervenção psicopedagógica, contribuindo de maneira eficaz, para evitar possíveis problemas, para impedir a instalação de situações indesejáveis, antes mesmo que elas se manifestem concretamente.
As ações psicopedagógicas preventivas é que vai atuar junto aos processos educativos no sentido de evitar ou minimizar os problemas de aprendizagem. Porém não se pode ignorar a fase que precede a essas ações, ou seja , a avaliação psicopedagógica, que deverá anteceder a toda e qualquer proposta de intervenção, seja ela clínica ou institucional, sendo um diferencial para a aquisição de melhorias educacionais.
O objetivo do diagnóstico não é a inclusão do sujeito em uma categoria do não aprender, mas obter uma compreensão global da sua forma de aprender e dos desvios que estão ocorrendo neste processo que leve a um prognóstico e encaminhamento para o problema de aprendizagem.
As crianças diagnosticadas pela equipe multidisciplinar podem ter dislexia, disgrafia, além dos problemas emocionais. Portanto cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
A seguir, está abaixo discriminado, o possível diagnóstico da criança S.N. O, na instituição:
Dados preliminares de aproximação ao problema: caracterização de aspectos relevantes da histórias do aluno foram conseguidas através da entrevista à família, da queixa da professora e observações do aluno.
1. ENTREVISTA Á FAMÍLIA
1.1 DADOS FÍSICOS
A avó do aluno em estudo revelou que durante a gravidez a mãe da criança tomava remédios controlados, pois a mesma tem transtornos mentais (esquizofrênica), e que passa por períodos de lucidez e esquecimento. Durante o parto, não teve problema algum. Relativamente ao crescimento do neto, explicou que o mesmo está sempre brigando com os irmãos, não obedece a regras, têm uma memória fraca, pois esquece qualquer tarefa que se solicita. Não mamou, mas chupou chupeta até os 4 anos, e tomou mamadeira até os 7 anos.
O referido aluno possui, mas dois irmãos e os mesmos são filhos de pais diferentes. O S.N. O não conhece o seu pai. O pai desejava muito morar com a mãe, mas ela nunca quis compromisso com ninguém. A criança começou a engatinhar aos 7 meses e a andar precocemente (9 meses), só que começou a falar tardiamente (aos 3 anos). O treino da higiene urinária e fecal foi normal.
Sempre gozou de boa saúde e como qualquer criança adquiriu algumas doenças próprias da infância, tais como: catapora, caxumba, sarampo, otites, etc. Possui visão e audição normais, e manifestou até o momento, sono agitado, inquietação e perca de memória. Constrangendo-se atualmente diante dos colegas, por não saber ler e escrever.
Observou-se que a avó, também tem problemas mentais
Pré- Primária e 1º Ciclo
O histórico escolar salienta que esse aluno veio transferido de outra escola, e que foi matriculado aos 6 anos e também apresentou muitas dificuldades na leitura, começando a apresentar problemas de dislexia no 2O ano do primeiro ciclo. Portanto houve a mudança de escola e de professor e que ocasiona um déficit na aprendizagem.
Em virtude da situação sócio-econômica, o mesmo não fez consulta com médico algum. Mas acredita-se ser um descaso, ou talvez pelo fato de ser acompanhado por duas pessoas com transtornos mentais, pois hoje existe o SUS, que faz encaminhamentos para os profissionais. Porém a avó, afirma vientemente que às vezes não têm dinheiro nem para o pão de cada dia, pois vive de um salário, para se alimentar, pagar água, luz, cuidar da filha e dos três netos, portanto, não possui dinheiro para fazer essas despesas.
Foi e é, um aluno assíduo interessado, mas vale ressaltar que as dificuldades de aprendizagem já estavam estaladas e, por uma observação mais profunda pela instituição, professor (a) e equipe multidisciplinar do Distrito Sul, para avaliar e dá um possível diagnóstico da criança.
No 30 ano , notou-se atraso na leitura e na escrita ,que apresentava muitos erros ortográficos, mas que copiava de forma imprecisa. No entanto não sabia fazer ditado, e na cópia, ora fazia a junção das palavras, e ora separava e omitia letras.
No que concerne o modo postural do aluno quando escrevia, verificou-se que quando escrevia inclinava bastante a folha de papel e deitava em cima da mesma de modo inadequado podendo acarretar danos a sua coluna.
Atualmente apesar da dedicação da professora e de seu comprometimento com a educação, observa-se que o mesmo, dado as dificuldades apresentadas, possivelmente seja dislexo e tenha problemas digráficos e neurológicos, necessitando de acompanhamento de um psicólogo, um fonoaudiólogo, e psicopedagogo para que obtenha resultados satisfatórios em seu aprendizado e crescimento pessoal e cultural.
As estratégias utilizadas na superação dessas dificuldades, até o momento, não propiciaram bons resultados, conseqüentemente atribui-se a esses resultados as dificuldades detectadas e pelas observações diagnosticadas e realizadas no âmbito institucional.
30ano
O aluno é retido em 2008, ou seja, “repetente” da série supracitada acima, pois não obteve êxito em sua aprendizagem, desobedece regras em jogos, não lê, não escreve, estando na fase pré-siläbica, para a silábica, não retendo ou armazenando informações anteriores, sem percepção visual para identificação, organização e interpretação dos dados sensoriais captados pela visão, e uma leve agrafia, pela impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos.
O (a) professor (a) referiu-se ao aluno como muito lento na escrita, revelando dificuldades de expressão escrita e uma leitura bastante deficiente, que entendia bem os enunciados orais e que se exprimia oralmente com relativa facilidade.
O aproveitamento desse aluno continua a decrescer, e com certeza há possibilidades para um melhor desempenho deste aluno no processo ensino-aprendizagem, desde que seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, pela instituição e haja um excelente desempenho do aluno e do professor enquanto profissional.
LATERALIDADE PREDOMINANTE
Desde bebê, tinha tendência para segurar qualquer objeto com a mão direita. Tendo grande facilidade para fazer uso da mão direita em todas as atividades, incluindo escrever.
Têm problemas relacionados ao esquema corporal, pois não sabe distinguir a mão direita da esquerda, pois foi solicitado que levantasse a mão direita, quando fosse pronunciado ar sílaba “bo” e ele não identificar qual era o lado correto.
TRAÇOS DA PERSONALIDADE
Interpelada sobre o retrato psicológico do educando, a avó caracterizou-o como sendo carinhoso, agradável, porém um pouco briguento e fraco da memória, pois esquecia geralmente o que lhe era pedido para fazer. Contudo é imaturo no âmbito da responsabilidade no estudo, em obedecer a regras em um jogo e em assumir ações praticadas erroneamente.
Em sala de aula, a professora diz que o aluno é interessado, pontual, não obedece a regras, é o palhaço da sala, pois todos riem das suas imitações, apesar de não gostarem quando participa dos jogos, pois quer sempre ganhar e acaba chorando para ser recompensado.
RELAÇÃO COM OS JOGOS
O aluno adora jogos: futebol, voleibol, basquete, pingue-pongue, gosta de desenhar e corrida de carros. Só não aceita regras do jogo, querendo impor as suas vontades. Não investe tanto nos jogos de estratégia: não gosta de jogo de damas, e xadrez porque exigem atenção, concentração e raciocínio lógico.
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RELACIONAMENTO COM OS IRMÃOS
Como foi constatado, o referido aluno possui mais dois irmãos, dão-se bem, mas muitas vezes surgem conflitos, pois ambos, não querem sair perdendo, mostrando-se incapacitado. Entretanto, quando os conflitos são relacionados com terceiro, eles unem-se.
DADOS AMBIENTAIS
A mãe e a avó não dão apóio ao educando, nem no aspecto financeiro, nem no aspecto educacional ou afetivo. Mesmo sabendo que necessita de apóio de uma equipe multidisciplinar, pois não possuem uma situação econômica estabilizada para a concretização e minimização dos problemas detectados.
A mãe é doméstica e possui mais dois filhos de pais diferentes, nunca quis compromissos com ninguém e têm transtornos mentais, assim com a avó do mesmo.
O educando, não têm acompanhamento das atividades em casa e se sente muito sozinho. Pois não tem quem o acompanhe nas tarefas, ä escola e nas dificuldades e trajetória de vida.
Não existem outros familiares em casa para que possam ajudá-lo. A não ser os irmãos menores, a mãe e a avó, que consideram que, por vezes, o professor (a) do educando desculpa algumas falhas, atribuindo-as à dislexia, e que, pelo contrário, deveriam ser mais exigentes.
ENTREVISTA À ESCOLA
Até o presente momento, foram registradas algumas características do aluno, dentre aos quais se podem destacar: a falta de concentração ausência das realizações de algumas tarefas (por esquecimento), cópia com algumas omissões de letras,,esquece a seqüência de fatos, devido a má alimentação e a falta de ajuda da família. Pois a avô, têm transtornos mentais e a mãe é analfabeta. Evidencia-se atraso cognitivo, pois apresenta uma disfunção neurológica, que pode ser inata ou constitucional, apresentando características de dislexia e disgrafia, dentre as quais pode-se destacar: muitas vezes não sabe o que se pede para fazer,isto está relacionado a memória, parece perdida no tempo e no espaço, pois confunde hoje, amanhã, ontem, direita, esquerda, para cima e para baixo, com dificuldades em seqüência, pois não sabe em qual dia, mês ou ano está,adiciona letras as palavras, junta palavras na escrita, não lê, não escreve, mas faz uma copia imprecisa, e o seu ditado mostra, que têm problemas de relação espacial, e que omite letras . A imaturidade emocional fica evidenciada na dificuldade que tem de interiorizar informações. Isto quer dizer, que o seu cérebro não processa as informações visuais para reconhecer, organizar, interpretar e /ou recordar imagens visuais.
A professora salientou também que não se nota nenhum defasamento a nível motor (Educação Física) e que poderia fazer melhor exceto nos casos de dislexia pode interferir.
No entanto, referiu que, apesar do aluno estar sentado na cadeira da frente e de ser constantemente motivado e solicitado para as tarefas da aula, o aluno desconcentra-se facilmente, porque fica imitando animais e os colegas dão risadas, afinal de contas, é o palhaço da sala, como rotula a referida professora.
Relativamente às dificuldades de escrita, os professores concordaram que, na verdade, o aluno dá muitos erros ortográficos e que têm dificuldade em diferenciar os erros que são devidos à dislexia e os que são provocados pela falta de estudo e de trabalho.
Quanto à sociabilidade, nota-se que o aluno está perfeitamente integrado na turma e na escola
PROVA DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Não há uma avaliação psicológica, por questões sócio-econômicas e pelo fato de não haver uma avaliação diagnóstica preventiva, para encaminhar esse aluno.
PROVAS DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
Como a dislexia e disgrafia se manifestam de forma peculiar no domínio pedagógico, é conhecer o nível de desenvolvimento da leitura e da escrita do aluno a fim de determinar as áreas necessidades do aluno, em que se verificam as dificuldades para promover um programa de desenvolvimento adequado às necessidades.
ANÁLISE DA ORALIDADE
Leitura e interpretação de um texto
v Foi escolhido um texto adequado ao aluno, que se encontra na 3a Série do Ensino Fundamental;
v Solicitou-se também que lesse em voz alta.
v Só que foi evidenciado claramente, que o aluno não sabe ler, e obviamente, escreve de forma imprecisa,
Texto oferecido ao aluno
A ÁRVORE MAA ÁRVORE MÁGICA
A ÁRVORE MÁGICA
Fazia um lindo dia de Sol. Quando estava indo à escola, um Menino viu passar por ele um Mendigo. Ele notou que o Mendigo estava muito triste e pálido, e também tremia muito.
E o Menino pensou:
- Acho que ele está com fome. Já sei, vou dar o sanduíche do meu lanche para ele. Foi o que ele fez.
O Mendigo ficou muito contente e aceitou na hora. Enquanto comia aquele delicioso sanduíche, o Mendigo disse:
- Você é um Menino muito bom. Vou lhe dar de presente uma coisa especial. Dizendo isso, ele se abaixou e pegou alguma coisa que estava dentro do seu saco.
Então, de dentro do saco, ele retirou um saquinho que deu ao Menino. E o Mendigo explicou a ele: - Aí dentro tem uma semente mágica. Você vai levar para casa e plantá-la.
E o Mendigo lhe falou outra vez:
- Agora tem uma coisa! Esta semente só deve ser aguada em noite de lua cheia. Faça isto, e logo, você terá uma surpresa muito ESPECIAL.
De manhã, a primeira coisa que fez, foi ir ver como estava sua planta. Quando viu, disse surpreso:
- É uma árvore mágica!
Na árvore, haviam nascido carrinhos iguais ao que ele sonhara. E eram de verdade. Ele ficou tão contente, que não conseguia nem falar. Ele estava tão ansioso naquele dia, que na escola, a professora falava e ele só pensava na árvore mágica.
Então, depois de juntar muitos brinquedos, ele teve uma idéia, e disse:
- Já sei. Vou distribuir brinquedos com os meninos lá das favelas. E esta semana, vou sonhar com comida, e depois vou lá distribuir também. Ele então juntou tudo num carrinho, e levou para dar de presente aos meninos pobres, que viviam numa favela ali perto.
Por onde ele passava era uma alegria só.
Todos ficaram muito contentes. E ele viu como era bom dar presentes.
Não existe recompensa para quem ajuda. Poder ajudar, já é uma recompensa.
ASPECTOS GERAIS A REGISTRAR:
Leu-se todo o texto para o aluno, e verificou-se que o mesmo não apreendeu nenhuma informação, não conseguindo memorizar fatos, dizendo-se esquecido e não lembrando a história. Isto demonstra que essa criança, possivelmente tenha déficit de atenção, memorização, relação espacial e relação temporal, pois fica impossibilitado em narrar os acontecimentos relatados sobre “A árvore mágica”.
Ressalta-se ainda, que através da leitura oral a criança aprende: a ser cooperativa; a sonhar; a brincar; a sorrir; a ouvir e a falar com seus colegas e professores; a serem iguais uns aos outros o que se considera de fundamental importância para o fortalecimento da auto-estima. A criança necessita de consistência, regras e controle precisam ainda, com urgência de espaço para aprender a lidar com a própria vida, de forma que lhe propicie uma responsabilidade, independência e liberdade de fazer escolhas.
Os disléxicos processam as informações de um modo diferente. Pessoas disléxicas são únicas; cada uma com suas características, habilidades e inabilidades próprias. Uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, organizando-os corretamente.
É certamente um modo peculiar de funcionamento dos centros neurológicos de linguagem. É freqüente encontrar-se outras pessoas com dificuldades semelhantes nas histórias familiares.
Dislexia, não é culpa de ninguém, nasce -se assim.
O bom desempenho na leitura provém do equilíbrio entre o desenvolvimento das operações da leitura, decodificação e compreensão, interagindo com os estágios de desenvolvimento do pensamento e da linguagem. É necessário não esquecer a importância dos vínculos afetivos estabelecidos com a aprendizagem. Bons ou maus vínculos são preditivos de sucesso ou fracasso, nesta jornada.
O sucesso da operação inicial de leitura, a decodificação, vai depender da habilidade lingüística para transformar um sinal escrito, a letra, num sinal sonoro, o som, e vice-versa.
Associar letras e sons correspondentes, organizar, seqüenciar e encadear esta corrente sonora é o caminho percorrido para se apreender a palavra escrita.
Cita-se algumas dificuldades do dislexo (a), tais como:
v Demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem oral; dificuldades de expressão e compreensão; alterações persistentes na fala;
v Copiar e escrever números e letras inadequadamente;
v Dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, dias da semana e meses do ano;
v Dificuldades para organizar seqüência espacial e temporal, ordenar as letras do alfabeto, sílabas em palavras longas, seqüências de fatos;
v Pouco tempo de atenção nas atividades, ainda que sejam muito interessantes;
v Dificuldade em memorizar fatos recentes - números de telefones e recados, por exemplo;
v Severas dificuldades para organizar a agenda escolar ou da rotina diária;
v Dificuldade em participar de brincadeiras coletivas;
v Pouco interesse em livros impressos e escutar histórias;
É preciso ter uma especial atenção com as crianças que gostam de conversar, são curiosas, entendem e falam bem, mas aparentam desinteresse em ler e escrever. Vale à pena, no caso de crianças leitoras, oferecer um mesmo problema matemático, escrito e oral, e comparar as respostas. Freqüentemente encontramos respostas diferentes, corretas na questão oral e incorreta na mesma questão escrita.
A mesma criança que parece não saber resolver um problema matemático por escrito poderá ter um desempenho surpreendente quando o mesmo problema lhe é apresentado oralmente. Esta situação exemplifica como podemos confundir os sinais - a dificuldade não é na aprendizagem da matemática, mas na leitura.
ANÁLISE DE TRABALHOS ESCRITOS REALIZADOS PELO ALUNO
Foram realizados alguns exercícios, para observar as dificuldades de aprendizagem do aluno, sua maturação nas habilidades de leitura e escrita, no raciocínio lógico matemático e coordenação motora fina e grossa.
Exemplos e transcrições de alguns exercícios realizados pelo aluno:
Pintura, recorte e colagem
ASPECTOS A REGISTRAR
v Forma de pegar o lápis: Junto à parte final do lápis;
v Posição da folha: muita inclinação do papel;
v Imprecisão na escolha das cores, ao pintar;
v Forma de pegar a tesoura: com força e observando os detalhes;
v Raciocínio lógico: com determinação e rapidez;
v Amontoado de palavras;
v Falta de atenção e concentração.
História infantil
"O patinho que queria falar"
Era uma vez um lindo patinho amarelo. Um dia ele saiu de casa bem cedinho e foi passear na estrada. A manhã estava clara, o céu azul e havia muitos animaizinhos passeando.
Não tinha ainda dado muitos passos e viu um gato engraçadinho. O gato que era muito bem educado cumprimentou-o assim:
- Miau, miau!
O patinho ficou encantado e disse:
- Oh! Que modo bonito de falar você tem, Sr. Gatinho.
Quem me dera falar assim!
- É muito fácil, patinho, respondeu o gato. Vamos experimentar?
O patinho experimentou dizer "miau". Não conseguiu. Experimentou de novo, experimentou muitas vezes! Foi impossível!Então falou:
- É muito difícil, Sr. Gatinho! Isso não é conversa para patinhos! Despediu-se do gato e continuou a passear.
Foi andando, andando e encontrou-se com Dona Galinha Carijó.
- Có, có, có, disse Dona galinha.
O patinho ficou encantado:
- Oh! Que modo bonito de falar a senhora tem, Dona Galinha!
- Experimente falar assim, patinho.
O patinho tentou imitar Dona Galinha. Fez tudo que pôde e nada conseguiu. Depois de algum tempo, já bem desanimado, falou:
- Muito obrigado pela ajuda, Dona galinha, mas isto é muito difícil para patinhos.
Despediu-se de Dona Galinha e continuou o seu caminho. Andou, andou e entrou na mata.
De repente, ouviu a voz mais linda do mundo:
- Piu, piu, piu!...
- O patinho ficou encantado! Olhou para cima e lá estava, no galho da árvore, um lindo passarinho de penas coloridas.
- Que modo de falar bonito você tem, passarinho! Quem me dera falar como você!
- Experimente patinho! Experimente falar assim!
O patinho abriu o bico. Fez tudo que pôde para dizer "piu, piu, piu!". Foi impossível. Já estava desanimado. Despediu-se e voltou triste para casa.
No meio do caminho encontrou Dona Pata.
- Quá, quá, quá, disse a pata.
- Oh! Mamãe, disse o patinho. Será que posso falar como a senhora?
- Experimente, filhinho,experimente...
O patinho abriu o bico. Que vontade de falar como a mamãe! E se não conseguisse?...Não falou como gato, nem como galinha, nem como passarinho. Será que poderia falar como pato? Fez um esforço, e...
- Quá, quá, quá...
- Muito bem, filhinho ! disse-lhe a mamãe , toda feliz.
O Patinho ficou alegre, muito alegre. Depois, juntinho com a mamãe, voltou para casa e a todo instante, abria o bico para dizer mais uma vez:
- Quá, quá, quá...
DESENHOS E ADAPTAÇÃO DE MARIA R. DO AMARAL
TEMA- INCONFORMAÇÃO: ALEGRIA DE SER O QUE SE É
Na história infantil relatada pela psicopedagoga, pode-se perceber que o aluno não tem uma seqüência lógica ao narrar os fatos, mas a história despertou o interesse no aluno. E que o mesmo tenta melhorar sua expressão oral e ampliar o seu vocabulário, mesmo percebendo que não consegue ler, e interpreta as ilustrações e compreender os conteúdos apresentados, pois esquece facilmente o que lhe foi narrado.
Depois da referida leitura, pedi que recriasse outra história com suas palavras, só que ele contou de maneira inadequada, pois não tinha certa clareza, pois assim ampliaria sua percepção de tempo e espaço, além de ampliar o seu vocabulário. Pois ela Pode pensar, duvidar, se perguntar e questionar.
Evidencia-se que a prática desperta o interesse e a atenção das crianças, desenvolvendo nelas, entre outras coisas, a imaginação, a criatividade, a expressão das idéias, e o prazer pela leitura e escrita. Cabe ressaltar também, que a literatura infantil oportuniza situações, nas quais as crianças possam interagir em seu processo de construção do conhecimento, possibilitando assim, o seu desenvolvimento e aprendizagem.
Coelho (2000, p.27), nos diz
A literatura possibilita que as crianças consigam redigir melhor desenvolvendo sua criatividade, pois, o ato de ler e o ato de escrever estão intimamente ligados. Nesse sentido, “a literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível e/impossível realização...”
Observa-se que a literatura infantil ë de suma importância para o aprendizado da criança, e seu aprendizado, favorecendo a sua leitura e escrita, além de desenvolver a sua criatividade, imaginação a vida prática e sua realização.
Cópia:
Esse exercício está de acordo com a série e faixa etária da criança
Transcrições das cópias
CONCLUSÕES:
v O aluno tem bastantes erros ortográficos;
v Faz junções das palavras;
v Escreve palavras sem sentido algum;
v Não coloca pontuação nas frases;
v Escreveu “bojeca” ao invés de “boneca”;
v Elegibilidade de uma ou outra palavra, se não tivesse o texto original;
v Não respeita as margens.
Ao realizar a cópia o aluno demonstrou que tem dificuldades á nível de percepção visual e relação espacial, onde há possibilidade de áreas secundárias do occípito - parietais esquerdos estão afetados e dificultando a discriminação visual dos símbolos escritos, além da área terciária do hemisfério esquerdo por apresentar dificuldades na leitura e compreensão dos problemas verbais.
Isto mostra, que esse aluno deve ter um atendimento individualizado por parte do professor que deve evitar, ressaltar as dificuldades desse aluno, não mostrar impaciência frente as dificuldades expressada pela criança, e não corrigir o aluno freqüentemente, para não expor e ignorar a criança em sua dificuldade, procurando usar situações concretas, diante dos problemas.
Ditado:
Foi utilizado o mesmo texto da cópia, e o mesmo é adequado para a faixa etária do respectivo aluno.
Transcrições dos ditados
OBSERVAÇÕES AO REALIZAR O DITADO:
v O aluno embaralhou as letras dessa maneira: “erbonecadunani” significa: boneca da Nani;
v Escreveu também “a baca” ao invés de “boneca”;
v “Di” = de
v Amarala = amarela;
v Boni= bonita;
v Elegibilidade de uma ou outra palavra, se não tivesse o texto original, como faria para ter esse entendimento;
v O ambiente sócio-econômico revela que o respectivo aluno se insere numa família com baixo poder aquisitivo, e isso propicia para dificuldades no processo ensino-aprendizagem, não pela falta de dinheiro, mas, por não terem tempo de acompanhar a criança, em suas atividades, não impor limites e disciplina, na verdade não há afetividade, Sua família é ausente, e a criança se sente muito só.
Após a análise das entrevistas realizadas à família e à escola, da análise das avaliações psicopedagógica na leitura e na escrita, conclui-se que:
v O aluno apresenta dificuldades na leitura e escrita;
v Têm um baixo rendimento escolar, ocasionado pela dislexia;
v Sua incapacidade de não absorver informações dificulta no seu aprendizado;
v Que sua escolarização não foi adequada, pois houve mudanças de escola e professor (a);
v Têm problemas emocionais e neurológicos;
v Não retêm as informações;
COMO MINIMIZAR OS PROBLEMAS DO ALUNO DISLEXO:
v Não confundir mal comportamento e preguiça com dislexia;
v Elogiar quando vencer um obstáculo;
v Encorajamento do aluno, especialmente perante as situações de erros ortográficos ou de incorreta percepção e/ou interpretação de textos. (O aluno não deverá ser envergonhado em situações dessas.);
v Criação de situações de ensino - aprendizagem de acordo com a fase etária e o nível de escolaridade em que o aluno se encontra;
v A utilização, por parte do professor, de materiais diversificados de acordo com o nível de escolaridade e o nível etário do aluno.
v Criação de situações de leitura efetiva e diversificadas.
v O trabalho de casa deverá ser curto. O aluno poderá substituir o trabalho escrito pelo trabalho gravado;
v Sentar o aluno numa cadeira da frente, longe da janela e ao lado de um colega com boa capacidade de concentração;
v A apresentação de trabalhos a realizar de um modo sugestivo para que a atenção do aluno seja captada;
v A apresentação de atividade lúdicas na aula, de modo a fomentar trabalhos pessoais e imaginativos.
v O professor deverá proporcionar outras formas alternativas de avaliação: participação oral, participação em trabalhos de grupo realizados durante a aula, idas ao quadro, perguntas para o lugar, chamadas orais; o uso de portfólios (coleção organizada e planeada de trabalhos produzidos pelo aluno ao longo de determinado período de tempo, em que o aluno constrói uma história, um relato alongado, daquilo que aprendeu)
v Para desenvolver a leitura, o aluno deverá ler muito em voz alta em casa e na aula
v O aluno poderá ler em voz alta, textos curtos ou pequenas passagens, se o próprio manifestar essa vontade, mas não deverá ser envergonhado pela sua leitura, que tende a ser pouco fluente e expressiva vacilante e entrecortada;
v O professor deverá ajudar o aluno a procurar o sentido do que lê;
v O professor deverá esclarecer as estratégias de leitura do aluno;
v Quando está a estudar, o aluno, com dislexia visual, deverá ler alto para perceber o que lê; com dislexia auditiva deverá ler silenciosamente;
v O aluno poderá utilizar computador para processar a informação escrita e melhorar a qualidade da sua escrita e do seu trabalho;
v O professor deverá ajudar o aluno a organizar o seu caderno diário, de modo a poder integrar uma bolsa de plástico para arrumação dos trabalhos escritos pedidos;
v O professor deverá proporcionar a realização de trabalhos em equipa, de modo a permitir a integração do grupo e a sensação de ser útil, ao dar e ao receber ajuda.;
v O professor deverá procurar respostas perante as necessidades educativas especiais do aluno;
A dislexia não é nada mais do que uma condição genética, que apresenta alterações no padrão neurológico do indivíduo. Sendo assim, a criança herda a dislexia, portanto ela tem algum parente, pai, avô, tio, que também é disléxico. Por estar relacionada a diversos fatores, a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar.
Pois uma avaliação desse nível gera condições de um acompanhamento mais efetivo e eficaz das dificuldades, sendo tratado de acordo com as particularidades de cada indivíduo, levando assim a resultados mais consistentes. Quanto mais rápido for o diagnóstico, mais rápido e eficaz será o tratamento desse transtorno, evitando que a criança passe por situações constrangedoras em relação ao modo de falar, escrever, a falta de atenção, entre outros. A dislexia é mais comum em crianças, mas é possível encontrar esse distúrbio em um adulto.
Sinais da dislexia:
- Na primeira parte da infância:
v Atraso no desenvolvimento motor;
v Atraso na deficiência na aquisição da fala;
v A criança apresenta ter dificuldade de entender o que está ouvindo;
v Distúrbios do sono;
v Chora muito e parece inquieta ou agitada, entre outros.
- A partir dos sete anos de idade:
v Lentidão ao fazer os deveres escolares;
v Interrompe constantemente a conversa dos demais;
v Só faz leitura silenciosa;
v Tem grande imaginação e criatividade;
v Tem mudanças bruscas de humor;
v Letra feia;
v Dificuldade com a percepção espacial;
v Confunde direita, esquerda, em cima, em baixo; na frente, atrás;
v Troca de palavras;
v Tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
v Dificuldade de soletração e leitura;
v Inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever, etc.;
v Confunde direita, esquerda, em cima, em baixo; na frente, atrás;
v Troca de palavras;
v Tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
v Dificuldade de soletração e leitura;
v Inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever, etc.;
Sintomas que podem ocorrer
v Disgrafia (letra feia);
v Discalculia (dificuldade com a matemática, sobretudo para assimilar símbolos e decorar a tabuada);
v Dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
v Dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
v Dificuldades para compreender textos escritos;
v Dificuldades em aprender uma segunda língua.
Sintomas menos comuns
v Dificuldades com a linguagem falada;
v Dificuldade com a percepção espacial;
v Confusão entre direita e esquerda.
Tratamento
Não existe um só tratamento para dislexia, porém a maioria enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura. É importante que a criança disléxica faça leitura em voz alta na presença de um adulto para que esse possa corrigi-la. É muito importante que a criança receba apoio, sejam atendidos com paciência pelos pais, familiares, amigos e professores. Pois a criança sofre com a falta de autoconfiança, ter esse apoio gera uma melhora significativa no comportamento do disléxico. É importante que a criança disléxica seja ensinada por professores capacitados, que tenham qualificação para ensiná-la, pois um profissional desqualificado pode agravar o problema de dislexia do indivíduo. A dislexia tem cura, só depende do profissional e da técnica utilizada no tratamento.
CONCLUSÃO FINAL DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO CLÍNICO E INSTITUCIONAL
Sabe-se que, em qualquer contato entre o psicopedagogo e o indivíduo em particular, surge uma inevitável relação, que pode e deve conter uma forte empatia, que permita o pleno desenvolvimento de qualquer intervenção.
O diagnóstico, a contextualização e a intervenção, são procedimentos básicos da ação psicopedagógica, em termos específicos, e no tratamento de problemas de aprendizagem, conseguindo o bem estar do sujeito.
Deste modo, através das técnicas psicopedagógicas aqui apresentadas, pretendemos ajudar as crianças, a desenvolverem potencialidades que consigam ultrapassar adversidades, no nível do desfavorecimento sociocultural
A partir de uma intervenção contextualizada num pré-diagnóstico, a Psicopedagogia representa um combate às dificuldades de aprendizagem e ao insucesso escolar, vividas dia-a-dia, por estas crianças.
A criança em questão apresenta, em sua vida escolar, dificuldades de aprendizagem, segundo da docente e sua avó. Procurou-se observar, além das dificuldades do aluno, caminhos que o levassem a superar, e isso só foi possível, através do trabalho multidisciplinar, onde os profissionais envolvidos aceitaram discutir sobre diferentes formas de aprendizagem, estando abertos a descobertas de novos conceitos e permanentes reformulações
o que, sem dúvida, irá contribuir para o próprio processo de aprendizagem e desenvolvimento científico de todos os profissionais envolvidos.
Esse relatório de observação baseou-se em um estudo de caso de uma criança com problema de aprendizado escolar: um menino de 9 anos, que cursa a 3ª série do Ensino Fundamental, da escola pública Municipal Alternativa Pe. Mauro Fancello, no Município de Manaus.
A avaliação psicopedagógica contou de sessões diagnosticas formal, segundo um cronograma pré-estabelecido. Iniciou-se com a anamnese que possibilitou a integração das dimensões de passado, presente e futuro do paciente.
Posteriormente realizaram-se avaliações das áreas afetivo-emocional, cognitiva e pedagógica, que tornou possível uma visão global do paciente e sua contextualização na família, na escola e no meio social em que vive.
Os instrumentos utilizados na avaliação de SNO foram: entrevista de anamnese (realizada com a avó), provas para diagnóstico do pensamento operatório, jogo simbólico, cópia, ditado, leitura de história, atividade de seqüência lógica, jogos de regras, prova da noção de adição e observações de coordenações motoras no pátio da escola, tais como: pular, saltar, rolar, caminhar, dá cambalhotas, dentre outras: pintar, cortar, colar, etc.
Técnicas projetivas psicopedagógicas (o dia do meu aniversário, par educativo), desenho da família, análise da mochila escolar, ditado, atividade envolvendo sentimentos, contato com a escola (professora e orientadora pedagógica).
Após a análise dos instrumentos, construiu-se uma hipótese diagnóstica final, que é pré-requisito para uma devolutiva para a família, para a escola e conseqüente intervenção psicopedagógica na criança em questão.
A partir destas informações, reorganizamos nossa conduta:
1º voltamos a conversar com a escola e lhes passamos estas informações. Sugerimos que a ajuda dos colegas seria importante para o desenvolvimento de S.N. O, já que esta se relacionava melhor com os mesmos.
2º procuramos os estudos de Ferreiro e Ana Teberoski, que descrevem o desenvolvimento da linguagem e da escrita, para entender-se o que ocorreu com o aprendizado dessa criança e em que fase se encontrava: pré-silábica, silábica, silábico-alfabética, e/ou alfabética. Descobriu-se que tem imaturidade, sem prontidão para a aquisição da leitura e escrita, devendo reiniciar o processo de maturação, estando na fase silábica, necessitando reiniciar todo o processo psiconeurológico, através da: linguagem oral; análise e síntese, percepção e discriminação visual; orientação (espacial e temporal; lateralidade e esquema corporal, noções quantitativas; coordenação motora; viso-motora, ampla, fina e
3º sugere-se, que a mãe e a avó e a própria criança sejam acompanhadas por um (a) neurologista para que possibilite aos mesmos subsídios para um sólido embasamento escolar, junto à professora e instituição. E no tratamento Clínico “O” tenha um acompanhamento psicológico, para minimizar o seu aspecto emocional, agressividade, fala infantilizada, dislexia, disgrafia, etc. Pois só com os reforços, não obteria sucesso em seu aprendizado.
4º Deu-se sugestões a professora, para trabalhar paralelamente as suas aulas, relações espaciais, temporais, lateralidade, seqüência lógica, esquema corporal, seqüência do alfabeto e lhe oferecemos alguns exercícios para ajudar como exemplo, em seu processo ensino-aprendizagem.
O aluno apesar de seu esforço ainda requer estímulos constantes para registrar e realizar as atividades escolares, devido necessidade de tempo maior que os demais.
Ao final do diagnóstico observamos que a criança, de fato, apresentava grande dificuldade com a leitura e com a escrita, em correspondência ao que a escola havia relatado.
Só demonstra empolgação e interesse apenas durante os jogos de regras, nas atividades que envolvem o ato de desenhar ou naquelas relacionadas à matemática. Foram localizados também alguns problemas de ordem afetiva, provenientes da relação com os irmãos e com a mãe.
Ao final do diagnóstico, o enquadramento sugerido para a mãe, em entrevista devolutiva, destacou a importância de três atendimentos para SNO, psicopedagógico, fonoaudiológico e psicológico. Em função do espaço reduzido e dos objetivos do presente trabalho, nos deteremos apenas nas questões psicopedagógicas relacionadas às dificuldades de aprendizagem.
A criança deveria percorrer processos não dominados ainda, tais como a escrita das palavras, a leitura de palavras e textos simples e, até mesmo, a função social da escrita. Os atendimentos deveriam resgatar o interesse e o prazer por estas atividades, uma vez que, SNO já se encontrava num processo de pouca confiança em si mesmo e de grande resistência para realização deste tipo de trabalho.
Após essa etapa, demos início ao trabalho de Intervenção Psicopedagógica
As atividades de intervenção
As sessões de intervenção buscaram, portanto, mudar a relação de SNO com a leitura e a escrita. Sempre durante o período de uma hora que compunha o atendimento, era realizada uma atividade de leitura, uma atividade de escrita e um jogo de regra. Dentre os jogos utilizados podemos destacar: Jogo Tira e Põe, Jogo do Buraco, Senha, Cara a Cara, Resta 1, Bilhar Holandês
Será que crianças como SNO precisam continuar nas filas de encaminhamento, realizando exames neurológicos, ouvindo diagnósticos, como dislexia, disgrafia entre tantos outros? Ou ainda, como tem ocorrido na atualidade. Será que precisam ser medicadas? Qual o papel de nossas escolas e de nossos professores em situações como essas?
Fica o convite para a reflexão, de tudo aqui relatado, esperando a compreensão e entendimento, de tudo o que foi relatado sobre SNO.
REFERÊNCIAS
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FAGALI, E.Q. Por que e como a psicopedagogia institucional? Ver. da Assoc: Bras. Psicopedagogia, 17 (46) , 37-41, 19998.
HOLANDA, Aurélio Buarque de. Pequeno dicionário brasileiro de língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2001.
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STAES,.L et al MEUR.A,de.Psicomotricidade: Educação e reeducação. São Paulo: Moínole, 1989.
TEBEROSKY, Ana. Psicopedagogia da Linguagem escrita. Tradução de Beatriz Cardoso, prefácio Cláudio Lima. 9 ed. Petrópolis, R.J: Vozes, 2001.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 9ed. Rio de Janeiro: DP & A, 2002.
ANEXOS
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