INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA-IESA
FACULDADE MARTHA FALCÂO
INCLUSÃO DO SURDO NO ENSINO SUPERIOR
Louse Marilane Poroca Costa
MANAUS
2008
Louse Marilane Poroca Costa
INCLUSÃO DO SURDO NO ENSINO SUPERIOR
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2008
SUMÁRIO
Introdução.............................................................................................................................................. .5
Tema............................................................................................................................... ...........................06
2 Delimitação do tema...................................................................................................................................
3 Formulação do problema........................................................................................................................7
4 Hipótese.......................................................................................................................................................
5 Objetivos:
5.1 Geral................................................................................................................................................09
5.2 Específicos...........................................................................................................................................
6 Justificativa............................................................................................................................................10
7 Referencial Teórico................................................................................................................................12
7.1 A educação especial no Estado do Amazonas: breve histórico....................................................
7.2 Formação do professor e o surdo..............................................................................................19
7.3 Os direitos da pessoa surda....................................................................................................... 20
7.4 A inclusão do sujeito surdo........................................................................................................26
7.5 Formação do professor frente à inclusão................................................................................. 28
8 Metodologia.......................................................................................................................................... 32
8.1 Tipo de Pesquisa..............................................................................................................................
8.2 Procedimentos para levantamento de informações............................................. ...................33
8.3 Amostragem e sujeitos da pesquisa ( ou população) ..............................................................34
8.4 Procedimentos da coleta de dados..................................................................................................
8.5 Instrumentos........................................................................................................ ......................35
9 Cronograma.................................................................................................................. ........................42
10 Recursos
10.1 Materiais..................................................................................................................................... 43
10.2 Humanos.....................................................................................................................................44
Considerações Finais
Referências
Apêndice
Anexos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pensar na inclusão é exigir uma mudança de postura frente ao processo de ensino e de aprendizagens diante da surdez. Portanto, compete um trabalho coletivo, apoiado por uma política democrática, na busca de uma ação interdisciplinar viabilizadora da proposta de uma educação inclusiva, de igual oportunidade, mesmo na diferença.
Para atender este horizonte pedagógico, fruto da transformação da escola, as universidades devem reorganizar seus programas curriculares, pesquisando, estudando e redefinindo os paradigmas educacionais, revisando estratégias e conteúdos, a fim de preparar o professor para a diversidade, pois a Educação Inclusiva só terá seus objetivos alcançados se todos os envolvidos neste processo vivenciarem atitudes e valores, tendo um olhar educativo coletivo e criativo.
A formação do professor passa a ser uma construção contínua. O professor na realidade da sala de aula, passa a ser mediador, pesquisador e motivador, ao tornar-se um colaborador no processo ensino–aprendizagem. É o agente determinante da transformação da escola, deve ser preparado adequadamente para gerenciar o acesso às informações e conhecimentos, interagindo, participando e transformando em aprendizagens às experiências sociais.
A escola brasileira não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor, anulando e marginalizando as diferenças nos processos através dos quais forma e instrui os alunos.
Não existe uma regra geral para se construir esta universidade inclusiva, uma universidade para todos. Mas, existem meios de aproximar-se cada vez mais deste ideal, ao encarar-se a transformação das universidades que temos hoje, da forma mais realística possível.
Tem-se que reformular as atitudes em relação aos alunos, pois a partir do momento em que, todos estiverem abertos a novos horizontes e conhecimentos, possibilita-se a atuação de forma eficiente dentro dessa equipe, onde são compreendidos por pessoas preparadas e incompreendidas por aqueles que são omissos e permanecem na ociosidade.
É utopia afirmar que se busca uma educação de qualidade e igualitária, onde não haja qualquer tipo de descriminação ou preconceito. Como haverá mudanças se repetem diariamente modelos de exclusão, onde cada um tem seu potencial e suas capacidades tolhidos?
Cada ser é insubstituível, deve-se cumprir o dever, mostrar a que fim se veio, predisposto a colaborar, acreditar e não “fazer” por “fazer”. Mas fazer acreditando no dever cumprido e com o “fazer” e “dever cumprido”, chega de mesmice e de continuísmo, vamos partir para as ações, de maneira a adaptar-se às particularidades da cada aluno.
Faz-se necessário que a universidade seja uma instituição com reflexões e investigações, onde possa incluir com qualidade e responsabilidade os alunos com necessidades especiais. E que não veja o aluno de forma assistencialista ou protecionista ou como seres incapazes de conquistas. Daí, a importância de se organizar no ensino superior serviços e ou programas institucionais que colaboram na troca de experiências e na viabilização sempre que necessário, de estratégias educativas adequadas a essa demanda, despertando para novas formas metodológicas de ensino e com possibilidades de avançar e aperfeiçoar-se na sua totalidade.
É importante pensar-se na necessidade de mudança nas posturas e concepções dos professores em relação ao aluno surdo. Todos os professores devem estar preparados para atender às necessidades desses alunos no contexto escolar e social, aceitando-os nas suas diferenças.
Também considera-se relevante a postura enquanto profissionais orientadores envolvidos com os professores, oferecendo-lhes suporte. Compreende-se que, não basta apenas transmitir novos conhecimentos, é preciso saber compreender, ouvir, atender as angústias, os anseios, as lutas e, principalmente, reconhecer as conquistas, por menores que sejam, pois é de pequenos fragmentos que se constroem pavilhões. Portanto, implementar espaços de ensino, pesquisa e extensão, para atender a essas problemáticas é comprometer-se com uma educação emancipatória.
A inclusão não é missão impossível é, isto sim, desafio superável. É uma questão de pensar, de querer e de fazer. É uma busca incessante de novas metodologias interativas, de estratégias de ensino para novas aprendizagens, é respeito e dignidade dos diferentes que estão presentes no nosso cotidiano.
Essa reflexão favorece o encontro de possibilidades, das capacidades de que cada um é dotado, facilitando a verdadeira inclusão. Visualizando-se a possibilidade de interação e extensão de si mesmo.
Diante da pesquisa realizada aponta-se novos caminhos para a organização de uma escola inclusiva, porém é preciso que cada um dos segmentos faça a sua parte, para que então se possa ter uma educação inclusiva mais digna e de qualidade para todos os surdos.
As pessoas surdas estão sendo excluídas de sala de aula no ensino superior quando não existe o intérprete e o acesso aos conhecimentos, ao serem discriminados, ao não participarem das atividades e trabalhos em equipe, quando não há um planejamento, onde sejam inseridos conteúdos de acordo com a realidade surda, quando não se sabe trabalhar com as diversidades e peculiaridades de cada um. Excluir é não permitir a inclusão desses alunos no ensino superior, é não dar formação continuada ao professor, é não trabalhar com as particularidades do sujeito surdo, é a não adaptação ao novo e às mudanças, é não interagir com o intérprete, é a não inserção desses alunos no processo ensino-aprendizagem, é procurar não se alicerçar, solidificar e desenvolver o potencial desses sujeitos, permitindo que o tradicional permaneça e não buscando o novo para a inclusão desses alunos.
Para atender a esse horizonte pedagógico, fruto de transformação, as universidades devem pesquisar, estudar e redefinir os paradigmas educacionais, revisando estratégias e conteúdos de formação, a fim de preparar o professor para a diversidade, pois a educação inclusiva só terá seus objetivos alcançados, se todos os envolvidos neste processo vivenciarem atitudes e valores, tendo um olhar educativo coletivo e criativo.
Ao incluir esses sujeitos deve-se mudar as práticas pedagógicas, valorizando as diferenças, sem discriminar os alunos, nem segregá-los.
Os professores podem reagir de forma diferenciada frente às práticas pedagógicas nas universidades inclusivas, ao ignorar o processo de mudança por insegurança, sem tomar conhecimento do que está acontecendo ou demonstrando preconceito devido a falta de informação e sobre o estabelecimento de pré-concepções, ou ainda, pode reagir de maneira a aceitar a idéia da mudança do ensino, reagindo de forma positiva e reconhecendo a validade da sua atitude, evidenciando que está aberto tanto para a discussão sobre a inclusão como para aceitação de um aluno surdo em sala de aula, num esforço para encontrar respostas para essa situação. Os professores da Faculdade Martha Falcão procuram interagir lidando com o novo e enfrentando os desafios reais do ensino, adaptando-se as exigências da instituição inclusiva, pois, no cotidiano de sua prática educativa, consegue sustentar o seu trabalho com qualquer aluno e em qualquer ambiente escolar.
A formação do professor deve contemplar a reflexão sobre os valores da educação, vivência interdisciplinar, trabalho em equipe, pesquisa e construção de competências, suscitando o prazer de aprender com habilidades para apresentar e explicar os conteúdos de forma interessante, numa construção da pessoa humana, dos seus saberes e aptidões, e da sua capacidade de discernir e agir. O questionamento da própria prática, as comparações, análises, investigações e soluções de problemas, levam os surdos, a aprender, a aprender a pensar e a oferecer possibilidade de investigação individual e coletiva.
Notadamente, para não excluir e tornar possível a inclusão, a formação do professor deve estar alicerçada no estabelecimento de parceria entre os implicados no processo educativo, dentro e fora da universidade, nos aspectos metodológicos e nas estratégias pedagógicas que possibilitem a construção coletiva do conhecimento.
A formação dos professores surdos deve ter o compromisso de incluir os excluídos da universidade, pois não lhe incute a idéia do especial da educação, que redirecionada os objetivos e práticas de ensino, pelo reconhecimento e valorização das diferenças.
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