sábado, 7 de novembro de 2009

Minha Monografia - Part I

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA

FACULDADE MARTHA FALCÃO

CURSO DE PEDAGOGIA












INCLUSÃO DA PESSOA COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ENSINO SUPERIOR













LOUSE MARILANE POROCA COSTA












MANAUS

2006



INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA

FACULDADE MARTHA FALCÃO






LOUSE MARILANE POROCA COSTA




INCLUSÃO DA PESSOA COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NO ENSINO SUPERIOR








                Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade Martha Falcão, Como requisito para a obtenção do título de Graduação.












MANAUS

2006

LOUSE MARILANE POROCA COSTA




INCLUSÃO DA PESSOA COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

NO ENSINO SUPERIOR






                Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade Martha Falcão, Como requisito para a obtenção do título de Graduação.





Aprovada em 23 de julho de 2006




BANCA EXAMINADORA




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MANAUS

2006

DEDICATÓRIA


              A meu esposo e filhos pelas horas de ausência, dedicados Aos meus estudos, e pelas preocupações causadas, e pelo estimulo que me ofereceram. Dedico-lhes essa conquista com amor e gratidão.

AGRADECIMENTOS







A Deus em primeiro lugar que fez com que trilhássemos esse caminho para que pudéssemos descobrir que quando queremos, somos capazes de tudo. A ele, pela proteção e ajuda, a nossa eterna gratidão;

A nossa Coordenadora do Curso de Pedagogia Maria de Lourdes Hawatt, pela paciência, motivação e apóio dispensados.;

A Professora Patrícia Trevisan, que proporcionou, a oportunidade de elaborar-se um trabalho de enriquecimento individual e profissional, nesta primeira etapa de nossa vida acadêmica;

Aos (as) professores e em especial as professoras Ana Gláucia, Acecy Valente, Sonia Peixoto, Bernadete Alves, Talma Riker e Professor Robson, que com paciência e carinho sempre nos acolheram, e souberam nos encaminhar nos estudos e que durante todo o curso transmitiram a cada um de nós, sementes de conhecimento;

Ao Waldir Costa, meu esposo, que sempre me apoiou nos momentos mais difíceis;

A meus pais ( in memória) que, mesmo com todas as dificuldades e limitações não pouparam esforços para me educar e oferecer condições necessárias para que eu estudasse;

Aos colegas de turma, pela compreensão e por sempre me darem forças no decorrer do curso;

Aos meus colegas da Instituição e em especial a Ivana Carolina e Nazaré da Silva e Silva, pelo apóio, estímulo, paciência e incentivo;

E a Faculdade Martha Falcão, pela oportunidade.

EPÍGRAFE



                O deficiente auditivo é uma pessoa”. Com direitos. Existe, sente, pensa e cria. Tem limitações, porém deve-se buscar no seu potencial o que lhe é peculiar. Pois ele não ouve, mas pode escrever uma poesia, não é um aluno com grande conhecimento intelectual, mas tem uma aprendizagem adequada para o seu desenvolvimento, pode falhar no rendimento normal, mas se sobressai em outras atividades.”(SASSAKI, 1997)”.






RESUMO::


PALAVRAS-CHAVE:

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

A presente monografia procura dentro de uma perspectiva sensibilizar e conscientizar para os impasses e trajetórias das pessoas com necessidades especiais. Aceitar o desafio da inclusão dos mesmos no ensino superior é ir além, e ultrapassar barreiras, é poder vislumbrar mudanças eficazes no sistema de ensino, é buscar estratégias e possibilitar aos alunos novos conhecimentos e atividades coletivas, é favorecer muitas trocas e diferentes saberes.

É necessário um novo olhar na educação que, sem dúvida alguma, se alicerça na sociedade, para a aceitação das diferenças, em oposição à homogeneidade.

A educação para ser inclusiva precisa levar em conta os desejos dos alunos e não os rótulos sobre eles, suas potencialidades. E ir além das aparências, prever que as diferenças exigem diferentes intervenções pedagógicas e diferentes olhares, sem, contudo diminuir o que se pode ensinar e subestimar assim o aluno e suas reais possibilidades.

Muito se tem a fazer no processo educacional para não se vincular ou rotular os mesmos como “ coitadinhos” e que são incapazes de galgarem vôos mais altos. Dentro de suas limitações e potencial conseguem atingir um patamar quase que equiparado ao ouvinte, que tem uma imagem distorcida e inadequada da pessoa com necessidades especiais.

A escolha do referido tema, sobre a inclusão da pessoa surda no ensino superior nos leva a analisar sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº9.394/96, art.59, inciso III, que determina que: “ professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.”

A mudança de paradigmas no contexto atual, é que se rompa com o tradicional, buscando o aperfeiçoamento profissional, e atentando-se para que, não se atenda, particularmente a alguns, mas a todos inseridos no sistema educacional. Visando um ensino com qualidade, novos posicionamentos, novas posturas, novas práticas, e novas metodologias no processo de ensino, pois as mudanças, atualizações e restruturações favorecerão o desenvolvimento das expectativas positivas em relação às responsabilidades e as tomadas de decisões. A escola tem que ser transformada para receber esses alunos, mudar sua filosofia, teoria, atuação, etc. no ensino inclusivo é o sistema que esperamos que mude e não a criança.


TEMA: INCLUSÃO DO SURDO NO ENSINO SUPERIOR




PROBLEMA:


Por que as pessoas surdas estão sendo excluídas de sala de aula do ensino superior?

JUSTIFICATIVA

A preocupação constante frente à exclusão sos alunos surdos, e ao ingressasse no ensino superior.

Pois, desde o maternal, até o ensino superior, vivenciasse uma outra realidade, sendo submetidas a um paradigma educacional no qual continua-se a ser objeto, e não o sujeito, reforça-se uma postura passiva diante da realidade de seu meio. Esse paradigma, ao contrário de educar para a independência, para autonomia e para a liberdade no pensar e no agir, reforça-se o esquema de dependência e submissão. Os alunos são vistos e tratados como receptores de informações e não como construtores de seus próprios conhecimentos. A realidade é bem diferente nas teorias, é o que mostra a realidade.

No caso da Patrícia (Paty), houve um constante preconceito e discriminação, nas atividades propostas em sala de aula pelo professor, que de fato são despreparados e não teve uma formação para lidar com esse tipo de pessoa com necessidades especiais. Há dificuldades ou ausência da realização de uma reflexão sobre a prática pedagógica, as teorias de currículo, as relações de poderes, a produção de sujeitos, etc. Que são assuntos pertinentes em qualquer escola de ensino regular ou faculdade, independentes com que sujeitos ela trabalhe.

Essa monografia resulta de descobertas e impasses na trajetória dos surdos e suas peculiaridades, portanto será necessário um novo olhar na educação que sem sombra de dúvida, é um dos alicerces da humanidade, tão primordial para a aceitação das diferenças, em oposição á homogeneidade.

Torna-se claro na nova LDB que o estímulo para a integração dos surdos no ensino superior, diz respeito às diferenças e recursos disponíveis para a aprendizagem, sobre a tecnologia a serviço da educação e sobre igualdade.

Em vista do surdo ser excluído, ou ser um desafio para a educação brasileira, de a sociedade discriminar e segregar a pessoa surda, não ter o apóio psicopedagógico necessário e com o surgimento “ cascata” dos mesmos na rede regular de ensino e no ensino superior, mas com serviços paralelos para atender essas necessidades, é que propõe-se a se defender essa monografia, para que pessoas preparadas possam assumir seus papéis como cidadãos.

Faz-se necessário uma parceria, de sociedade e surdos, com o objetivo de solucionar problemas, com um sentido mais humanitário, aprendendo a viver com o outro, e com um novo olhar e enriquecedora proposta educacional, para juntos celebrar-se as diversidades e diferenças, em um movimento mais amplo, envolvendo-se toda a sociedade.

É necessário que se abandone os rótulos, as classificações, procurando-se levar em conta as possibilidades e necessidades impostas pelas limitações que a deficiência lhe traz.

É de suma importância que durante o processo de aprendizagem da língua portuguesa na modalidade escrita, os recursos visuais esteja presente a fim de mediar-se esta aprendizagem, pois além de fixar os conteúdos programáticos e os vocábulos novos, traz através da visão, um maior contato com o mundo desconhecido.



OBJETIVO GERAL:

Analisar os motivos que levam os alunos surdos a serem excluídos das atividades de aula no Ensino Superior.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:


    • Identificar as condições oferecidas no ensino superior para a atuação do professor com a pessoa com necessidades educacionais especiais no processo de inclusão;
    • Identificar a formação do professor quanto ao processo de inclusão dos PNEE;
    • Investigar os estabelecimentos da rede regular de ensino para averiguar se a lei 9.394/96 está sendo devidamente cumprida no que se refere a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais.

CAPÍTULO II

REFERENCIAL TEÓRICO



Percebe-se que a escola inclusiva, parte do princípio de que toda pessoa tem direito a educação e deve aprender coletivamente, sempre que possível independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. por isso, neste trabalho far-se-á um estudo descritivo sobre:


1. A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ESTADO DO AMAZONAS: BREVE HISTÓRICO



O atendimento as Pessoas de Necessidades Educacionais Especiais no Estado do Amazonas teve início na década de 1970, com a implantação da Escola Estadual Augusto Carneiro e em classes especiais implantadas em escolas comuns na capital do estado.

As três classes especiais, implantadas como experiência-piloto, significaram o marco inicial na escolarização de pessoas que estavam até aquela época à margem da escola, sem nenhuma oportunidade de desenvolverem suas potencialidades.

Como resposta à demanda da sociedade, e reconhecendo a necessidade de sistematização do atendimento a Secretaria Estadual de Educação, implantou em 1975 um setor responsável pela Educação Especial, com equipe especializada para as várias áreas de deficiência.

Na década de 80 a demanda crescente exigiu da administração pública a organização de serviços que atendessem maior número de alunos, principalmente nas áreas das deficiências auditivas e visual. Para atender a essa clientela, a SEDUC, instituiu a Coordenação de Educação Especial e criou através do Decreto 6.331, de 13 de maio de 1982, as Escolas Especiais:

Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos, para o atendimento dos alunos com deficiência auditiva (surdos severos e profundos).

Escola Estadual Joana Rodrigues Vieira, para o atendimento dos alunos com deficiência visual (cegos e visão sub-normal);

Oficina Pedagógica Diofonto Monteiro, para o atendimento dos alunos com deficiência mental.

No mesmo ano, o Instituto Felippo Smaldone, instalou-se na capital do Estado, ampliando ainda mais o atendimento aos surdos de Manaus.

Em meados de 1990, a municipalização da Educação Especial se fez presente na proposta do Ministro de Educação, seguindo A Política Nacional da Inclusão, exigiu um repensar pedagógico no atendimento educacional dos alunos com necessidades Educacionais Especiais, propondo um ensino em ambiente o menos restritivo possível.

O atendimento da rede estadual de ensino manteve-se instável, e com a proposta de inclusão, aproximadamente 60% das classes especiais foram extintas e os alunos encaminhados para o ensino regular.

Atualmente, a esfera estadual mantém na estrutura da Secretaria de Educação a gerência de Atendimento Educacional Específico, que tem como missão coordenar as atividades educacionais referentes ao atendimento das pessoas com necessidades especiais nas seguintes modalidades:

  1. Escolas Especializadas;
  2. Ensino com Professor Itinerante;
  3. Salas de Recursos;
  4. Classes Especiais na Capital e Interior do Estado;
  5. Sala de Estimulação Precoce (D. V);
  6. Centro de Apóio às Pessoas com Deficiência Visual-CAP;
  7. Centro de Formação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez-CAS;
  8. Centro de Apóio Educacional Específico – CAESP


          2.OS DIREITOS DA PESSOA SURDA




Segundo SASSAKI (1997), a pessoa com necessidades educacionais especiais tem acesso aos direitos que devem pertencer a todos, assim como: educação, saúde, trabalho, locomoção, transporte, esporte, cultura e lazer. Precisa-se, então conhecer e reconhecer essas pessoas que vivem a nossa volta, excluídas por nossa própria ação.

Deseja-se-se realmente uma sociedade democrática, deve-se criar uma nova ordem social, pela quais todos sejam incluídos no universo dos direitos e deveres.

De acordo com SASSAKI (1997) “O deficiente auditivo é uma pessoa com direitos. Existe, sente, pensa e cria. Tem limitações, porém deve-se buscar no seu potencial o que lhe é peculiar. Pois ele não ouve, mas pode escrever uma poesia, não é um aluno com grande conhecimento intelectual, mas tem uma aprendizagem adequada para o seu desenvolvimento, pode falhar no rendimento normal, mas se sobressai em outras atividades”.

Logo, se pressupõe, que SASSAKI (1997), acredita que a pessoa surda deve ter acesso aos direitos que é universal, assim como: educação, saúde. Trabalho, locomoção, etc. Precisa-se então, conhecer e reconhecer essas pessoas que vivem à nossa volta, excluídas por nossa própria ação.

Por isso precisa-se saber conviver com essas pessoas surdas, conhecer suas expectativas, necessidades e alternativas.

Pois a pessoa surda tem potencial, é um sujeito que reflete, pensa, tem criatividade e limitações. Deve-se atentar para a ausência do que lhe é restrito, procurando-se contribuir para seu conhecimento adequadamente e conforme a sua realidade vivenciada.

O contexto da pessoa surda exige a mudança de atitudes, para posteriormente se mudarem as ações.

Como qualquer cidadão a pessoa especial têm direito à educação pública e gratuita, assegurada por Lei, preferencialmente na rede regular de ensino e, se for o caso, Á educação adaptada às suas necessidades em escolas especiais, conforme estabelecido nos art.58 e seguintes da Lei Federal nº9.394, de 20 de dezembro de 1996, art. 24 do Decreto nº3298/99 e art.2º da Lei nº7.853/89.

Todos têm direito à educação e logicamente as pessoas surdas também o têm, mas infelizmente constata-se que a falta de investimento em políticas públicas, para que capacitem as escolas tanto em apóio técnico às escolas, o e o despreparo de professores são visíveis, oferecem condições mínimas para se praticar uma real e concreta inclusão e direitos a pessoa surda.

Vale a pena ressaltar, a título de esclarecimento, que o problema da pessoa surda, não é a deficiência em si, mas o tratamento que os mesmos recebem por parte da sociedade, em face de seu problema.

O melhor lugar para educar, é o local onde todas as outras pessoas aprendem. Na classe regular, não só se aprende sem estigma, como, provavelmente por essa razão se aprende melhor, desde que, obviamente a integração envolva um novo sistema educacional.

As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, assegurando-se uma educação de qualidade à todos através de um currículo apropriado, com reparos organizacionais, novas estratégias de ensino, com recursos apropriados e adequados, além de parcerias comunitárias. Ampliando-se e dando-se continuidades dos serviços, com apoios proporcionais aos PNEE, encontrados no âmbito escolar.

A portaria njº1697 do MEC, assinada pelo Ministro da Educação, em dezembro de 1999, obriga todas as universidades a oferecerem intérprete para os surdos. Entretanto, ainda são muitas poucas as instituições que obedecem esta determinação do governo. Com isso, o acesso ao ensino superior de uma parcela dos mais de cinco milhões de surdos do Brasil torna-se ainda mais limitado. Nega-se a esses cidadãos o direito que 97% da população do pais possuem: só a ULBRA ( Universidade Luterana no Brasil), no Rio Grande do Sul, oferece o intérprete sem ônus ao aluno. A inclusão do surdo no Ensino Superior é abrir as portas para o novo, mas ao mesmo tempo é um resgate do velho, um resgate de dividas sociais que as Universidades têm e que poucas proporcionam.

O mundo universitário é, em pequena escala, um retrato da comunidade em que vivemos. Em geral, as pessoas não estão preparadas para aceitar e entender nada que não seja padrão. Qualquer diferença que um sujeito apresente o torna a parte, um caso desconhecido. Tudo o que é desconhecido causa medo. É o que tem acontecido na relação da sociedade com o surdo. A Universidade, campo de produção do saber, é um dos campos que pouco têm aberto espaço para esse sujeito, obrigado a conviver dentro de limites impostos, intencionalmente ou não pela sociedade.

O art.58 da Lei 9.394/96 dispõe que a educação escolar deve situar-se na rede regular de ensino e determina a existência, quando necessária de serviços de apóio especializados. Prevê também recursos como classes escolas ou serviços especializados quando não for possível a integração nas classes comuns.

Nessa perspectiva, não se deve estigmatizar as pessoas especiais pelo que diferem, mas, levar em consideração as suas singularidades, respeitando-as e valorizando-as como fator de enriquecimento pessoal e cultural.

A Constituição Federal de 1988 traz em seu bojo garantias que visam a integração social dos surdos em seu art. 5’, aliado ao direito á educação constante no art.208. Este artigo também prevê a possibilidade de nem todos os indivíduos se beneficiarem com a inclusão ao preconizar que o atendimento educacional das pessoas surdas deve se dar “preferencialmente” na rede regular de ensino.

Estamos, portanto, falando de um grande problema atual, quando a Constituição e LDB se contrapõem, por não oferecer um atendimento especializado as pessoas surdas, simplesmente oferecendo um serviço específico as mesmas. A uma dualidade entre o serviço educacional especializado e a educação especial. Pois os atendimentos especializados são direcionados especificamente aos surdos, têm direitos, a fim de que possam ter acesso permanente e possam dar prosseguimento nos estudos, o que difere da educação especial, que impreterivelmente não fornece prosseguimento nos estudos, implicando na marginalização e preconceito.


3. A INCLUSÃO DO SUJEITO SURDO



A inclusão segundo Aranha (2001) refere-se ao processo de inserção de alunos surdos em classes comuns. Isto significa acolher, dentre a diversidade que constitui esse universo, mais um segmento populacional, que é o representado pelas pessoas especiais.

A escolarização em classes comuns para os alunos surdos, da maneira como esta ocorrendo, é uma condição necessária e benéfica na perspectiva do rendimento escolar, porém a medida não é suficiente para garantir a inclusão escolar e social futura.Propõe-se uma coisa e na verdade na prática pedagógica é outra. Apesar dos investimentos, sabe-se que muito se têm a fazer para que haja esse processo de inclusão. Só depende de políticas públicas e compromisso dos órgãos competentes e do professor.

Deve-se ter cautela para não se admitir uma idéia falsa da escola democrática. Ela será cada vez mais democrática, á medida que a todos acolher, educar e ensinar, respeitando as diferenças individuais, e principalmente, estimulando o desenvolvimento da capacidade do aluno em aprender a aprender, independentemente de onde esteja matriculado.Contudo, o sistema político brasileiro ainda precisa tornar sua prática consistente com seu discurso legal.

A proposta educacional inclusiva deve ser analisada com base no contexto político, econômico, social e educacional brasileiro, sem se esquecer de que, num mundo globalizado, muitas vezes ocorre a tendência ao decalque, a importação de conceitos e práticas que, antes de possibilitarem um avanço, uma alternativa, acabam por tomar mais uma experiência frustrante.

MENDES (2001) destaca que:

            “Poderíamos considera que no conjunto tais evidências têm continuadamente apontado para a ineficácia e incoerência do conjunto de princípios e propostas do poder público para a educação formal de indivíduos que apresentam necessidades especiais, dado que a grande maioria das pessoas com necessidades especiais estão em nosso país fora de qualquer tipo de escola. Alguns poucos estão inseridos em classes ou escolas especiais, onde se encontram ao acaso nas classes comuns das escolas públicas. Tal quadro indica muito mais uma exclusão escolar generalizada dos indivíduos com necessidades especiais na realidade brasileira, a despeito da recorrência no país da retórica da integração escolar e mais recentemente da educação inclusiva.” (9 p.12).

Vislumbra-se possibilidades de manter esse quadro. As escolas devem manter abertas suas portas a todas as pessoas de qualquer credo, raça ou cor, respeitando-se suas diferenças, e tendo a idéia de unidade na diversidade. É importante que as pessoas surdas, sejam inseridas no âmbito educacional, porém deve haver um avanço no processo, ou seja, no sistema educacional com previsão de recursos, qualidade na formação dos profissionais da educação, juntamente com uma revisão do papel político social da escola em parcerias com os pais e comunidade.

Entretanto, tem-se como compromisso profissional esta população específica, e o fracasso escolar afeta com maior intensidade as pessoas com necessidades especiais, não devido as suas limitações, mas com maior intensidade pelas limitações impostas pelo nosso sistema educacional.

Para aproximar-se de ideários inclusivos, tem que se pensar em política educacional, que implique em tomada de decisões, em níveis ( políticos, governamental, social, comunitário e individual) que reflitam em um sistema menos excludente e que garanta a todos, acesso ao conhecimento, e não apenas a socialização.

Segundo MANTOAM (1988), o princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especialize em todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alunos com necessidades especiais.A inclusão, como conseqüência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e exigem da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.

É imprescindível a mudança de paradigmas no contexto atual, e que se rompa com o tradicional, buscando o aperfeiçoamento profissional, e atentando-se para que, não se atenda particularmente a alguns, mas a todos, inseridos no sistema educacional, visando um ensino de qualidade, novos posicionamentos, novas posturas, novas práticas, e novas metodologias no processo de ensino, pois as mudanças, atualizações e reestruturações favorecerão o desenvolvimento das expectativas positivas em relação às responsabilidades e as tomadas de decisões. A escola tem que ser transformada para receber esses alunos, mudar sua filosofia, teoria, atuação, etc. No ensino inclusivo é o sistema que se espera que mude e não a criança.



4. REALIDADE DO ALUNO SURDO



Infelizmente ao ingressarem no sistema regular de ensino, os surdos vivenciam uma outra realidade, onde continuam a ser objeto e não sujeitos do conhecimento têm uma postura passiva diante da realidade de seu meio. Esse paradigma submete-os a submissão, dependência, falta de autonomia e suprimi todo e qualquer ato de liberdade, do pensar, do refletir e do agir sobre suas ações. Os alunos são meros receptores de informações e são colocados como depósitos de conteúdos programáticos, podendo ser construtores de seus próprios conhecimentos. A realidade é bem diferente da que nos é apresentada no cotidiano e no contexto atual.

Os professores são omissos ao afirmar que são obrigados pelos órgãos públicos para aceitarem esse tipo de aluno. Onde está o compromisso desse professor? Que tipos de escola querem formar? Que cidadãos querem formar? E onde está a inclusão de que tanto fala a LDB 9.394/96, e a Constituição de 1988? Será que é só efeito cascata? Ou é uma suposta “miopia” a situação em que estamos vivenciando?

É faço esses questionamentos, esperando respostas desses órgãos públicos, do compromisso dos educadores, da comunidade e dessa sociedade tão desarticulada e discriminatória. Pergunto mais uma vez. Será que é essa a escola que queremos?

Lamentavelmente esses alunos envolvidos no processo educacional estão em segundo plano. E as escolas não estão adaptadas para receber o aluno surdo.

Faz-se necessário acabar com o estigma de que o surdo é deficiente, pois sua inteligência e sua capacidade intelectual e cultural em nada diferem dessas potencialidades dos ouvintes.

Os mesmos devem ser incluídos nos cursos superiores não apenas por uma obediência a portaria do MEC.As Instituições deve formar distintas etnias e raças, cegos, surdos e uma infinidade de pessoas de diferentes características. Portanto, as universidades devem proporcionar aos surdos a oportunidade de crescer como seres humanos plenamente capazes de se integrar à sociedade.



5. FORMAÇÃO DO PROFESSOR FRENTE À INCLUSÃO


Tem-se que fazer uma reflexão sobre a necessidade de revisão curricular na formação de professores que centradas na reprodução de valores e práticas, inibem esses profissionais para que reflitam sobre a importância de uma educação para a transformação, para a emancipação do sujeito, e também para que o espaço de aprendizagem oportunize situações que possibilitem a estes professores o entendimento de que o grande desafio da escola inclusiva é buscar respostas educativas que atendam aos interesses e necessidades de todos os alunos, objetivando uma escola de qualidade para todos.

Segundo SUCHODOLOSKI “A educação deve ser entendida como uma preparação para a superação permanente da alienação”.

Acredita-se que desse modo, a educação não deve orientar-se por modelos, que induzem o professor a trabalhar segundo princípios pré-estabelecidos, utilizando instrumentos e recursos pré-determinados e em condições de aprendizagem que ignoram a realidade do aluno, da turma, da escola e da própria sociedade. Não há modelos rígidos e imutáveis se a meta fundamental é a formação de um ser humano autônomo, consciente da realidade que o cerca e apto a nela intervir.

O sistema educacional brasileiro visa uma educação para todos. Onde numa melhor perspectiva atenda a todos independentemente de suas diferenças. A inclusão é a peça chave para alcançar a verdadeira democracia.

Entende-se que se têm que fazer um trabalho no sentido de valorizar o papel que o professor desempenha na sociedade, buscando-se formas de cooperação e entrosamento entre as universidades com a finalidade de aproximação entre esses profissionais, no sentido de buscar meios alternativos, para que possa desenvolver ações voltadas para uma educação emancipadora, levando o professor a atender as especificidades de aprendizagem de cada criança, incentivando-a a aprender e desenvolver o seu potencial a partir de sua realidade pessoal.

Segundo FANTINEL (1999) o conhecimento de mundo que o aluno surdo leva para a escola, este é um dos principais fatores pedagógicos para todo professor de surdos que pretende ensinar.

Conhecer a vivência, experiência e realidade do aluno surdo, fazer uso de recursos visuais, e ter apóio técnico de um interprete, e com conhecimento da língua de sinais irá favorecer no conhecimento do aluno surdo, dando-lhes perspectivas e formas diversificada na construção de seus conhecimentos, além de suas experiências interferirem nos processos de aprendizagens e práticas educativas.

O professor deve ter o compromisso e interagir comesses alunos, atentando para sua aprendizagem e desenvolvimento dos mesmos, respeitando as suas diferenças sócio-culturais, étnicas, lingüística e de ordem física, sensorial ou intelectual, e possibilitando a construção e desenvolvimento de competências necessárias para sua autonomia e participação na sociedade, a partir do estímulo e valorização do trabalho em grupo.

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